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Vou por onde a arte me levar.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
A Contestação Juvenil - Parte 7 ( Pausa )
A "guerra fria" começaria a suavizar-se nos anos 60, após a ascensão política de Nikita S. Kruschev ( 1894-1971 ) na União Soviética e com a eleição de John F. Kennedy ( 1917-1963 ) _ " um político jovem " - como presidente dos Estados Unidos. A " guerra fria ", cujos anos mais violentos foram de 1947 a 1957, aproximadamente, começou a ser substituída pela chamada " coexistência pacífica ", entendida como uma mútua tolerância dos sistemas capitalista e comunista, que implicou o afastamento das fricções diretas para zonas geograficamente afastadas, sobretudo da Ásia e da África. Na segunda metade dos anos 50 se notava no interior dos países socialistas um desejo de maior liberdade e menor dirigismo e, paradoxalmente, nos países capitalistas, um ressurgir dos ideias socialistas, principalmente na França e na Itália. A juventude das nações meridionais europeias abandonava progressivamente o seu moralismo de caráter mais ou menos existencialista para adotar atitudes claramente políticas, de tipo socialista. Paralelamente se notava na arte uma substituição do vanguardismo individualista pelo chamado realismo social ou o neorrealismo. Porém, apesar da maioria dos arautos destas atitudes e teorias serem jovens, não se pode falar ainda de movimento juvenil propriamente dito, pois se trata de atitudes implicitamente tradicionais na Europa. Por outro lado, se deve falar de " juventude " quando nos referimos à geração artística norte-americana beat, ou à geração social resultante desta, a beatnik, ou a dos " jovens irados " ( angry men ) britânicos, pois como veremos, trata-se de novas alternativas lançadas por indivíduos quase sempre menores de trinta anos de idade. Em relação ao processo histórico apontado até aqui, poderemos resumi-lo afirmando que a " guerra fria " manteve a letargia da juventude; só com a sua liquidação pôde verificar-se a rebelião dos jovens como força não desgastada pela violenta oposição verbal havida entre Leste e Oeste.
A Contestação Juvenil - Parte 6
" Para nós, trata-se de continuar a aceitar um mundo que fala de paz, mas que tolera a guerra, um mundo que fala de liberdade, mas que aceita as hipocrisias do capitalismo, que fala de progresso, mas que sofre a sufocação da burocracia comunista. " - Rudi Dutschke As gerações do pós-guerra _ entre 1945 e 1955, aproximadamente _ foram denominadas " silenciosas " nos Estados Unidos e " céticas " na Europa. Estas juventudes que com tanto ânimo e com tanta criatividade haviam imposto o seu otimismo antes da guerra, sentiram-se então cansadas e frustradas por terem participado como combatentes na terrível Segunda Guerra Mundial. Após a Segunda Guerra Mundial, no Japão tanto como na frança ou na Alemanha, erguem-se vozes a favor da destruição definitiva das armas e do estabelecimento de uma compreensão internacional baseada no diálogo, na boa-vontade e na justiça. no entanto, o surto pacifista duraria pouco: a chamada " guerra fria " sombreou de novo o panorama da convivência mundial. Uma série de países constituiu-se em dois blocos ideologicamente antagônicos, o chamado " mundo livre " e o " comunista ", enquanto as nações " não alinhadas ", quer dizer, não aderentes às propostas socialistas nem às capitalistas, formaram um novo bloco, denominado a " Terceiro Mundo ", que inclui os países mais pobres da Terra. A juventude das nações " ocidentais " - da Europa Ocidental, do Canadá, Estados Unidos, Austrália e Japão, principalmente - em breve se achou na situação contraditória de ter que viver em países com cujas linhas políticas dominantes estavam em desacordo. O existencialismo francês é uma amostra sumamente acabada da tônica geral. Inspirados pela filosofia de Jean Paul Sartre, os existencialistas eram ateus, lúcidos no sentido de entender o mundo como um enorme absurdo, individualistas e antiburgueses; suas " caves ", onde dançavam e bebiam, suas barbas, seu desalinho, suas canções, tudo indicava que lhes interessava mais salvarem-se a si mesmos que redimir a sociedade. Para os jovens existencialistas, é mais importante a salvação pessoal que a redenção da sociedade. O existencialismo atacava a fé e o compromisso com quaisquer ideais, pois considerava que tanto Deus como as virtudes são essências imutáveis e que só os objetos inanimados têm imutabilidade, enquanto que o característico do homem é o existencial, o vivo, a liberdade absoluta. Assim se opunha à moral do Sistema, mais preocupada com as aparências.
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
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