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Vou por onde a arte me levar.

sábado, 25 de março de 2017

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas __ O Feitiço dos Curandeiros e suas Práticas Mágicas - Parte 16

A grande dissertação sobre símbolos não foi feita sem motivo.   Pois, nesta força operativa dos símbolos, uma irradiação de energia psíquica, poderia estar a explicação do mistério para as intrigantes capacidades e atuações mágicas dos curandeiros.   Jung descreve o símbolo como uma máquina psicológica que transforma em energia.   E sobre os ritos dos primitivos, ele diz: Os ritos que envolvem objetos sacros permite reconhecer muitas vezes, com toda clareza, sua natureza de transformadores de energia.   A magia dos curandeiros equivale para a moderna psicologia profunda, e para a cibernética, a uma operação com símbolos.   A energia ou força mágica, como é chamada nas ciências ocultas, não serve ao curandeiro apenas para curar doenças.   Esta é apenas uma das suas obrigações .   Ele também tem a tarefa de se comunicar com os espíritos dos ancestrais, predizer o futuro por meio de um voo mágico e acompanhar as almas dos mortos.   Além disto, tem de  cuidar da manutenção da ordem natural, a fim de garantir as colheitas, por exemplo.   O curandeiro é, de certa forma, um teórico da informação, pesquisador experimental da natureza, pesquisador experimental da natureza, meteorologista atuante, médico, futurólogo e agente planejador de sua tribo.   E tudo isto numa única pessoa!   Todavia, APESAR DA EVIDENTE DECADÊNCIA , o curandeiro continua sendo o personagem mais importante  da tribo entre povos primitivos; sem ele a sobrevivência seria inviável.   Em alguns povos, o cargo de curandeiro é hereditário, em outros o sucessor é recrutado por se candidatar espontaneamente, após  passar por experiências visionárias, considerado como escolha feita pelos espíritos ou deuses.   Mas, independentemente do processo de escolha, antes de assumir seu posto o curandeiro tem de passar por um longo e árduo aprendizado.   A mântica, ou a arte da adivinhação e da predição do futuro, só é possível para quem dispõe de um canal informativo direto com o além, e está familiarizado com o trato dos espíritos.   A morte mágica, o vôo mágico e o fogo mágico são, de certo modo, as três disciplinas básicas obrigatórias na formação de um curandeiro.   A idéia da morte mágica é experimentar a morte de maneira concreta e real e também aprender a ver a si mesmo como esqueleto.   Para povos nômades, o esqueleto é a base da vida, tanto humana quanto animal.   A morte mágica sempre se trata de um renascimento , de uma renovação espiritual ou neo-nascimento.   Aparece também nas doutrinas esotéricas dos budistas da Ásia Central e Oriental, no Grande Opus dos alquimistas e por ocasião da admissão na ordem secreta dos Rosa-cruzes.   ____ Além de crer  num reino espiritual do Além o curandeirismo cultiva ainda a fé na imortalidade e isto, de certa forma, já em épocas bem primitivas.   Porém, Não imagina uma vida eterna no Céu, como a prometida posteriormente pelos Cristãos e pelo Islamismo.   O Mito do Paraíso Perdido que deu origem a esta noção surgiu de outra maneira.   Está ligada à evolução do consciente e ao desenvolvimento cultural dela corrente.   O Vôo  Mágico é a segunda disciplina básica no curso para curandeiro; é também denominado Grande Viagem, a ascensão do xamã à dimensão aérea e celestial.   Para isto, eles usam a árvore dos curandeiros.   Entre os nômades do hemisfério norte, e em nações indígenas, a árvore mais comumente usada para este fim é a bétula.   É fincada no chão da tenda, com a ponta emergindo da abertura para a saída da fumaça.   Conforme Bastiani que havia descrito em seu relato, a árvore é ornada com todo  tipo de enfeites mágicos.   Voar por meio de meditação transcendental, e tornar-se invisível são as mais recentes atrações da sereia do iogue Maharishi Mahesh, que se mudou para o Ocidente há cerca de duas décadas, a fim de tornar as pessoas felizes.   Superar a força da gravidade com aviões a jato, helicópteros ou mísseis espaciais já é fato rotineiro, que não impressiona mais ninguém.   Mas voar assim de improviso... só com a força mental...na verdade a proeza não é tão fácil assim; e se algum propagandista da seita afirmar que, com o decorrer do tempo, os praticantes da meditação transcendental podem incrementar seus poderes a ponto de poder voar, tornar-se invisíveis ou atravessar paredes, isto é Charlatanismo e não adianta seu colega afirmar que a preparação exige apenas de um ano a um ano e meio, que passa voando para quem está sentado na rua praticando sua meditação; promessas deste tipo são pura e simples Vigarice.   O vôo mágico dos curandeiros e também dos autênticos iogues hindus ou tibetanos é bem diferente em aparência e essência.   Além de estudar durante anos  as técnicas de êxtase e praticar rigorosos exercícios de autocontemplação interior, o curandeiro precisa se esforçar incessantemente pelo próprio aperfeiçoamento Espiritual e Moral.   Corresponde à visão materialista-consumista da nossa época achar que é possível adquirir tais poderes mágicos em cursos de treinamento pagos.   Isto já não é mais ingenuidade infantil, é rematada tolice.   E é em crenças tolas como esta que se baseia o iogue anteriormente citado; com seus agenciadores, ele montou um empreendimento muito bem organizado e altamente lucrativo.   A árvore do curandeiro representa, por assim dizer, o eixo do mundo; uma árvore cósmica.   Na opinião de muitos povos, a doença é resultado de perda da alma, em seu vôo mágico, o curandeiro traz de volta as almas extraviadas.   Só que estas viagens são sempre experiências extáticas e não vôos reais.   Quando o curandeiro torna a descer de sua árvore, na maioria das vezes ele cai num estado de total prostração.   A alma se separa do corpo.   Poi é esta ou o corpo astral, conforme é chamado Tantra-ioga, e não corpo físico, que empreende o vôo mágico.   Nos povos insulares da Oceania , o vôo mágico não começa com a ascensão da árvore dos curandeiros, mas a partir de um barco, sobre o qual o curandeiro se deixa levar para o alto-mar.   Em outros povos, ele escala íngremes rochedos ou altas montanhas.   A capacidade mágica de se alçar nos ares e voar tem se conservado na tradição das ciências ocultas através dos tempos.   Citemos apenas a crença em bruxas, que de modo algum se manteve restrita à Idade Média.   A origem desta noção, vinda de épocas arcaicas, encontra explicação em muitos mitos relativos à Criação e em sagas tribais.   Quer se trate de vôo mágico, de uma viagem ao céu, ou posteriormente de viagens espaciais, o padrão arquetípico é a idéia de que em eras longínquas o trânsito entre a Terra e o reino dos espíritos era bem mais fácil.   Também a crença de que as pessoas possuíam asas reais, como anjos, é encontrada em mitologia.   Portanto o vôo mágico dos curandeiros, e posteriormente dos mágicos, feiticeiros e bruxas, não é mais do que a reconstituição de uma capacidade humana outrora comum.   Entre os nômades Altai, os Golden e os Iuraques da Sibéria, o curandeiro empreende sua grande viagem a cavalo .   Existe uma série de antigas tradições.    A noção de que o reino dos espíritos, para onde vão também as almas dos falecidos, se encontra debaixo da terra, reaparece nas religiões dos povos civilizados ocidentais.   Os cristãos por sua vez fazem dele o inferno.   Mas é também a origem do mito da lendária e jamais encontrada cidade de Agarti, que desempenha papel de destaque na sociedade esotérica secreta do nacional-socialismo, a Sociedade de Tula.   recentemente o escritor inglês Tolkin, em seu conhecido livro  Senhor do s Anéis, faz renascer o mito de um mundo inferior ao descrever uma terra intermediária.   O Fogo Mágico é a terceira  técnica básica para obter o grau de curandeiro.   Evans-Wentz, pesquisador do Tibete, fala de um calor psíquico, pois ele é provocado unicamente por psiquísmo, mediante exercícios de meditação e visualização, assessorados por uma técnica  respiratória especial.    Entre os esquimós e entre os nômades das regiões árticas usa-se mergulhar panos em água gelada, até que fiquem rígidos de frio, existem muitos exemplos de técnicas.   A provocação do calor mágico está em relação direta com o chamado domínio do calor.   Ou seja, a capacidade de andar com pés descalços sobre brasas ardentes, placas de ferro incandescentes ou proezas semelhantes.    Os curandeiros entram em comunhão com o espírito  do fogo.   Como resultado, são capazes de expelir chamas de fogo pela boca e pelas narinas; como resquício disto , ainda encontramos Imitações da arte em Prestidigitadores ou no engolidor de fogo do circo.   A produção de calor mágico , no entanto não está restrita ao Extremo Norte ou às regiões frias.   Em épocas posteriores, a arte do calor mágico dos curandeiros, passa para os ferreiros e metalúrgicos.   O major-domo do reino dos francos, que derrotou os árabes em Tours e em Narbonne, criando para o seu neto, Carlos Magno, as bases de seu império, não se intitulou Charles Martell (pergunta).   Carlos, o Martelo!   De sua ferraria saiu o Santo Império Romano, o primeiro império europeu.   Quando, cerca de doze séculos mais tarde, o sucessor de Lenin adotou o nome de Stalin, ele devia ter tido motivos para isto.   Mussolini foi cognominado o Ferreiro de roma.   E o Ex-chanceler alemão, Brandt (fogo).   Difícil dizer se ele trocou conscientemente o verdadeiro nome da família por aquele apelido.  Porém, o novo nome, que faz lembrar magicamente o fogo, foi sem dúvida bem escolhido.   Como vemos, o pensamento mágico se conservou desde as eras arcaicas até o presente.   Pode ser sentido em quase tudo.   É que nós não prestamos muita atenção a isto.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Arte em Panô " Elefante Místico " em Arte Digital


Gif - Ciências


I Love Rock


O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Parte 15 _ Um resumo do livro.

Todavia, no homem primitivo, assim como na criança, a mentalidade animista ainda é tão interligada ao meio ambiente que ele mal percebe que o seu curandeiro opera com símbolos; para ele a magia da palavra e a magia da figura equivale a fazer coisas e a produzir efeitos.   Para o cientista atual, porém, lidar com símbolos não passa de atividade intelectual; serve para desenvolver padrões de pensamento e para elaborar fórmulas matemáticas que descrevam processos naturais.   Portanto, a luz da psicologia atual, a magia xamanista se baseia numa noção ingênua, mas na qual o curandeiro crê firmemente, logo sem superstição.   No entanto, o espantoso é que o curandeiro é realmente capaz de fazer mágica.   Pode até fazer aparecer espíritos muito reais.   A pesquisadora francesa Alexandra David-Neel, professora de Etnologia na famosa Universidade de Sorbonne, em Paris, profunda conhecedora do Tibete, onde passou catorze anos.   Fala a respeito do seu livro " Santos e Bruxas "; ela foi  iniciada nos ritos secretos do Lamaísmo, a forma tibetana de budismo, que conservou as psicopráticas da religião xamanista original do país.   O que a pesquisadora relata acerca dos poderes mágicos dos lamas do Tibete parece fantástico.   Porém, chega às raias do assombroso o que a professora Alexandra diz sobre a criação dos chamados espectros nebulosos, fantasmas sem tirar nem pôr.   Ela mesma conviveu durante um longo período com um destes espíritos, fruto exclusivo de concentração mental ; era um lama baixinho, gordo, de aspecto risonho, que se tornou seu comensal regular.  Ele ia e vinha a seu bel prazer.   Por vezes a pesquisadora sentia apenas o toque de sua mão sobre o ombro.  Ela considera extraordinária a materialização desta entidade espiritual, porque até os seus visitantes, portanto terceiros, podiam ver o espectro gerado pela sua mente.   Quando a presença do espírito do lama começou a enervá-la, a professora precisou de seis meses para desfazer o fantasmagórico personagem e levá-lo a desaparecer.   Perguntamo-nos, naturalmente, como isso é possível.   É preciso aprofundar-se num estado de extremada vigília, que o renomado pesquisador inglês do Tibete Evans-Wentz designa em seu livro, Ioga e doutrinas Secretas do Tibete, como Ioga do grande símbolo.   E com isto gostaria de apontar dois fatos intrigantes, dos quais a psicologia acadêmica não toma conhecimento.   ... No que se refere às origens da magia: no começo era o símbolo.    Mas o que será que vem a ser exatamente o símbolo...Com demasiada frequência eles são confundidos com sinais ou alegorias.   Em regra, a alegoria personifica uma ideia,; a Justiça por exemplo, como uma heroica figura feminina munida de balança e espada, aparece de olhos vendados, para indicar que a justiça deve ser imparcial.   As alegorias se caracterizam pela configuração bem determinada e pela significação restrita.   No sentido da moderna cibernética, os dois fatores cabem co conceito de sinais.   O símbolo  também é um veículo de informação; porém de um tipo especial.   Possui, por assim dizer, natureza dupla e certa autonomia.  Uma vida própria por assim dizer.   O símbolo, seja objeto, imagem, sinal gráfico, sequência sonora, etc, possui por um lado sentido eidético.   Isto é, informa pictóricamente  ou acusticamente sobre uma ideia.   Por outro lado, porém, o símbolo tem ainda um sentido operativo.   É simultaneamente o portador de uma informação e desencadeia um efeito.   É este o aspecto intrigante.   Todas as fórmulas de símbolos têm em comum o fato de não terem como causa determinante aquilo que simbolizam.   Isto os diferencia dos sinais.   " No entanto nada é dito sobre quem ou o que cria os símbolos.   George Klaus ".    Jung considera altamente provável que os símbolos históricos venham predominantemente de sonhos ou sejam sugeridos por eles.   Isto confere com o que diziam, já há cinco mil anos, os textos cuneiformes sobre as experiências de Gilgamesh, o rei de Ur, em sua aventurosa viagem.   Porém, não devemos nos contentar em saber que os símbolos são fruto do inconsciente.   Isto poderia nos levar à errônea suposição de que os símbolos têm, afinal, origem humana.   Pois o conceito de inconsciente corresponde ainda, quer para o cientista, quer para o leigo, às antiquadas teses de Sigmund Freud e de sua errônea tese do instinto.   O que  Freud descrevia como símbolos, e que insistia em interpretar para os seus pacientes como símbolos sexuais, quando necessário também sob renitente oposição destes - não são símbolos autênticos; têm mais o caráter de sinais.   A vida, no entanto, está sujeita à contínua variação.   Portanto, os símbolos também variam no decorrer do tempo com as civilizações, as religiões e os conceitos predominantes em cada época; conforme as condições geográficas, a raça e outras características peculiares ao meio ambiente.   Kohlenberg extrapola que os governantes de alguma antiquíssima raça cósmica, diante da insuportável superpovoação de seus planetas, tenham expedido observadores em busca de novos espaços vitais.   A Terra, situada num braço espiral à borda de nossa Via Láctea, seria o posto avançado para uma colonização.   Kohlenberg não aceita os arquétipos.    Para ele, os deuses e todas as demais figuras e vultos simbólicos na mitologia têm origem no encontro do homem primitivo com visitantes extraterrestres.   O mesmo se aplica à magia.   Também a escrita seria  herança dos astros.   E no que se refere às calamitosas catástrofes naturais - a tradição comum a todos os povos de um dilúvio universal, o desaparecimento da lendária Atlântida, o surgimento dos desertos e das zonas das estepes - tudo seria consequência de uma guerra estelar, resultante do embate de povos siderais inimigos da luta pela ocupação da Terra como colônia espacial.    Os combates teriam sido travados como super armas, como bombas atômicas, canhões laser e assemelhados.   Dos mitos ressalta um panorama universal, um Cosmo que é um todo, sujeito às leis imutáveis e contendo uma multiplicidade de mundos habitados, conclui Kohlenberg.   Como teoria seus pontos de vista poderiam ser aceitos.   E a possibilidade não é totalmente descartável.   Todavia, conforme mencionei, com isto o problema é apenas transferido para o cosmo.   Se os habitantes de outros planetas da nossa galáxia têm natureza e essência humanas, devem possuir igualmente uma mitologia e com isso conhecer símbolos.   Mas para compreender as práticas mágicas conforme serão descritas nos próximos capítulos, a tese dos símbolos de Jung e a pressuposição de um campo espiritual supra pessoal e universal é mais útil, quer lhes demos o nome de inconsciente coletivo ou área do supra consciente.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Panô Africano do Signo de Áries




O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Parte 14


Além de um recurso auxiliar na magia, a arte tinha também cunho religioso.    O curandeiro traçava os planos para a caçada, e este modelo servia de orientação para todos os membros da tribo.   Nestas cavernas na Idade da Pedra, que não serviam como habitação, mas como local de culto, encontraram-se flautas de ossos, vibradores de madeira e pegadas humanas.   Nos primórdios da civilização o homem ainda cultuava como divindade animal a fera abatida, como por exemplo, o urso, cuja cabeça e pele eram montadas sobre uma armação.   Na era da pintura das cavernas, os desenhos substituíam a carcaça abatida.   Foi assim que nasceu a magia pictórica, que aparece posteriormente; seja no culto a animais totêmicos, no feitiço de máscaras, na crença em fetiches dos primitivos, ou na esperança do milagre resultante do toque de imagens mais desenvolvidas, na devoção diante de imagens milagrosas, ou na veneração de relíquias.   Também o feitiço mortal, ou o mal olhado, praticados pela chamada magia negra, tem a mesma origem.   No início da década de 1980, a magia pictórica se tornou por assim dizer moderna, conforme provam as reportagens dos noticiários.   Nelas se vê, em demonstrações no Irã, um boneco imitando o Xá ser exibido na extremidade de uma forca.   Também o presidente dos Estados Unidos é sujeitado a esta mágica morte pictórica, por meio de um boneco enforcado feito à sua imagem e semelhança.   E tudo sobre o acompanhamento de histéricos gritos de maldição da massa fanatizada: Morte ao Xá, morte aos imperialistas americanos etc.   Este exemplo, e outros do mesmo teor, testemunham o retorno do uso da magia pictórica a serviço de ideologias políticas.    A criação artística da imagem passa a ser imagem simbólica.   Começam a aparecer representações fálicas, homens com o membro ereto, como as descobertas nas cavernas de Ti-n-Lalan e Tel-Issaghen.   Nos desenhos aparecem também o ato sexual entre casais, porém não como cópula animal.    O instinto sexual domina o homem primitivo, quer ele queira ou não, Cerca de vinte mil anos mais tarde, deparamos com a posição de cócoras nos ensinamentos secretos do Tantra-ioga hindu, onde ela desempenha papel especial no desenvolvimento de uma vida espiritual interior, por meio da mágica energia sexual.    É encontrada igualmente nas instruções para a magia amorosa na doutrina chinesa do taoísmo.    O aparecimento da linguagem humana também tem, possivelmente, correlação com a mais remota magia.   O processo ainda não foi bem esclarecido do ponto de vista científico.   Von Bertalanffy supõe que a linguagem do homem primitivo surgiu como magia da palavra.   A teoria dos antropólogos e pesquisadores da linguagem de que ela tenha evoluído de sons animais - uma espécie de comunicação baseada em latidos e grunhidos - revelou-se errônea.   A língua dos povos primitivos são bastante complexas, enquanto rendem a se simplificar cada vez mais no decorrer do processo civilizatório.    As vozes dos animais são genericamente condicionadas de acordo com a espécie.    O cão pode variar seu latido, mas é incapaz de imitar o trinado de um pássaro.    Quanto ao homem precisamos partir de suas vivências.    O Homo Magus percebia o mundo não só em imagens, mas também em sons.   Os símbolos sonoros se transformam em palavras, e com o uso as palavras acabam formando a linguagem, assim como a justaposição intencional de figuras simbólicas levou a escrita, se bem que dezenas de milênios mais tarde.   A criação de símbolos foi o fato mais revolucionário e decisivo para o desenvolvimento do consciente humano.    Por meios dos símbolos, o homem cria, ou melhor, descobre um mundo espiritual.

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Parte 13

Pintura acima do artista Adrian Bordon.  ___ Até certa idade, crianças não demonstram medo diante dos mortos.   Isso ocorre mais tarde, quando se conscientizam da irremediabilidade da morte pela perda de um ente querido.   Suas reações se assemelham mais à decepção e à mágoa pela perda afetiva que as afetou pessoalmente.   Para o homem primitivo, a morte só passou a ser um fato misterioso e assustador quando ele percebeu que a energia vital e a personalidade não retornavam depois de determinado período, como por exemplo, um longo e profundo sono que reanimasse visivelmente o falecido.   Portanto já despertava o homem de Neandertal a noção de algo espiritual, de uma entidade etérea ou nebulosa que habitava e comandava o corpo humano.   Tal crença numa entidade espiritual, o denominado animismo (do latim anima=alma), ainda hoje encontrada entre os nômades do Norte da Sibéria, os esquimós, índios, e outros povos primitivos, já devia estar arraigada entre os homens da Idade da pedra, conforme provam os achados arqueológicos.   E as pesquisas dos antropólogos e etnólogos indicam que este animismo primitivo não era somente uma espécie de religião pré-histórica, mas a base semiteórica para o desenvolvimento de práticas mágicas.   O que o homem pré-histórico entendia sob o conceito de alma é naturalmente diferente do psiquismo atual.   Seria mais correto dizer que os homens primitivos acreditavam em espíritos e não em alma.   É usual dizer que para os povos primitivos toda a natureza era animada.   Para eles o mundo está repleto de espíritos muito reais e, quando se sentem ameaçados pela natureza, de forças demoníacas, para os povos primitivos o mundo é um mundo mágico.   O homem primitivo não aceitava a noção de que tudo estava terminando quando sobrevinha a morte física.   Parecia-lhe anti-natural.   Assim como é inacabável a força que anima a natureza, nascimento e morte, morte e renascimento, era natural que continuasse a existir aquela entidade etérea e nebulosa inata no homem, aquela espécie de corpo espiritual invisível.   A religião primitiva era uma religião da natureza; porém naquela época o homem primitivo não era capaz de conceber os valores espirituais como princípio universal unificante.   Para ele, ainda estavam ligados ao objeto, de modo que cada coisa tinha seu espírito individual.    Sob o culto ao urso ocultava-se um duplo sentido.   Matar um animal era uma grave interferência na ordem vital natural deste, capaz de acarretar sérias consequências.   Os povos nômades da região ártica na Sibéria, do Estreito de Bering, do Alasca e da Groenlândia ainda demonstram até hoje veneração religiosa pelo urso.   Naturalmente o homem das cavernas, na Idade da Pedra, se sentia fisicamente fortalecido com a farta ingestão de carne após a vitoriosa caça ao urso.   Mas, acreditava que o ritual mágico durante a refeição também lhe passava simultaneamente algo do espírito do urso- sua força e supremacia física.   Este fato poderia ter dado origem ao conceito do guerreiro invencível, dotado de forças sobre-humanas, figura que aparece em todos os mitos e sagas germânicas e nórdicas.   Também as numerosas lendas de lobisomens.    Porém o urso é também um deus; sua morte é uma imolação ritual.   O padrão da divindade que morre pela humanidade reaparece posteriormente nas religiões de todos os povos de civilização evoluída, entre babilônios e egípcios, na antiga doutrina de Mitra na Pérsia, no culto grego de Dionisio com seu secreto culto de mistérios.   O padrão também é encontrado com variações nas civilizações pré-cristãs da América, entre incas, maias e astecas.   No entanto, em todas estas instâncias, à noção de fortalecimento espiritual, uma união psíquica com as forças intemporais da natureza, junta-se a ideia de redenção.    Por meio do sacrifício da divindade, o homem é redimido das suas culpas; ou do ponto de vista psicológico.   Também o Homem de Neandertal desaparece da face da Terra sem maiores explicações no decorrer de novas idades glaciais e sem deixar sinais marcantes de sua presença.   Um tipo inteiramente novo de homem surge do Oeste , espalhando-se por toda a Europa e pela África do Norte, e alcançando o continente americano  provavelmente pelo Estreito de Bering.   Isto teria ocorrido há cerca de trinta mil anos.   É o chamado Homem de Cro-Magnom.    Ele vem a ser nosso ascendente imediato, e os pesquisadores da Pré-História lhe deram o cognome de Homo Sapiens, do latim sapiens, ou seja, esperto, inteligente, sábio.   Seria mais correto dar a ele e a seus antecessores o apelido de Homo Magus.   Seu mundo também  ainda é um mundo mágico.   Sua religião é o curanderismo, ou xamanismo, assim denominada devido aos sacerdotes da tribo, os curandeiros ou xamãs.   O xamanismo não se difundiu apenas entres os nômades da Sibéria e outros povos migrantes do Ártico.   Aparece também entre os habitantes primitivos de Bornéu, Nova Zelândia, aborígines da Austrália, em tribos negras da África Central, e entre as derradeiras tribos de Índios da Amazônia.  ____ Todo o desenrolar da caçada é então pintado sobre rochas, em linhas incrivelmente dinâmicas, conforme pode-se ver as admiráveis pinturas rupestres nas cavernas de Lascaux, Altamira e na África do Norte.   É o nascimento da arte.