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Vou por onde a arte me levar.

quarta-feira, 8 de março de 2017

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Parte 13

Pintura acima do artista Adrian Bordon.  ___ Até certa idade, crianças não demonstram medo diante dos mortos.   Isso ocorre mais tarde, quando se conscientizam da irremediabilidade da morte pela perda de um ente querido.   Suas reações se assemelham mais à decepção e à mágoa pela perda afetiva que as afetou pessoalmente.   Para o homem primitivo, a morte só passou a ser um fato misterioso e assustador quando ele percebeu que a energia vital e a personalidade não retornavam depois de determinado período, como por exemplo, um longo e profundo sono que reanimasse visivelmente o falecido.   Portanto já despertava o homem de Neandertal a noção de algo espiritual, de uma entidade etérea ou nebulosa que habitava e comandava o corpo humano.   Tal crença numa entidade espiritual, o denominado animismo (do latim anima=alma), ainda hoje encontrada entre os nômades do Norte da Sibéria, os esquimós, índios, e outros povos primitivos, já devia estar arraigada entre os homens da Idade da pedra, conforme provam os achados arqueológicos.   E as pesquisas dos antropólogos e etnólogos indicam que este animismo primitivo não era somente uma espécie de religião pré-histórica, mas a base semiteórica para o desenvolvimento de práticas mágicas.   O que o homem pré-histórico entendia sob o conceito de alma é naturalmente diferente do psiquismo atual.   Seria mais correto dizer que os homens primitivos acreditavam em espíritos e não em alma.   É usual dizer que para os povos primitivos toda a natureza era animada.   Para eles o mundo está repleto de espíritos muito reais e, quando se sentem ameaçados pela natureza, de forças demoníacas, para os povos primitivos o mundo é um mundo mágico.   O homem primitivo não aceitava a noção de que tudo estava terminando quando sobrevinha a morte física.   Parecia-lhe anti-natural.   Assim como é inacabável a força que anima a natureza, nascimento e morte, morte e renascimento, era natural que continuasse a existir aquela entidade etérea e nebulosa inata no homem, aquela espécie de corpo espiritual invisível.   A religião primitiva era uma religião da natureza; porém naquela época o homem primitivo não era capaz de conceber os valores espirituais como princípio universal unificante.   Para ele, ainda estavam ligados ao objeto, de modo que cada coisa tinha seu espírito individual.    Sob o culto ao urso ocultava-se um duplo sentido.   Matar um animal era uma grave interferência na ordem vital natural deste, capaz de acarretar sérias consequências.   Os povos nômades da região ártica na Sibéria, do Estreito de Bering, do Alasca e da Groenlândia ainda demonstram até hoje veneração religiosa pelo urso.   Naturalmente o homem das cavernas, na Idade da Pedra, se sentia fisicamente fortalecido com a farta ingestão de carne após a vitoriosa caça ao urso.   Mas, acreditava que o ritual mágico durante a refeição também lhe passava simultaneamente algo do espírito do urso- sua força e supremacia física.   Este fato poderia ter dado origem ao conceito do guerreiro invencível, dotado de forças sobre-humanas, figura que aparece em todos os mitos e sagas germânicas e nórdicas.   Também as numerosas lendas de lobisomens.    Porém o urso é também um deus; sua morte é uma imolação ritual.   O padrão da divindade que morre pela humanidade reaparece posteriormente nas religiões de todos os povos de civilização evoluída, entre babilônios e egípcios, na antiga doutrina de Mitra na Pérsia, no culto grego de Dionisio com seu secreto culto de mistérios.   O padrão também é encontrado com variações nas civilizações pré-cristãs da América, entre incas, maias e astecas.   No entanto, em todas estas instâncias, à noção de fortalecimento espiritual, uma união psíquica com as forças intemporais da natureza, junta-se a ideia de redenção.    Por meio do sacrifício da divindade, o homem é redimido das suas culpas; ou do ponto de vista psicológico.   Também o Homem de Neandertal desaparece da face da Terra sem maiores explicações no decorrer de novas idades glaciais e sem deixar sinais marcantes de sua presença.   Um tipo inteiramente novo de homem surge do Oeste , espalhando-se por toda a Europa e pela África do Norte, e alcançando o continente americano  provavelmente pelo Estreito de Bering.   Isto teria ocorrido há cerca de trinta mil anos.   É o chamado Homem de Cro-Magnom.    Ele vem a ser nosso ascendente imediato, e os pesquisadores da Pré-História lhe deram o cognome de Homo Sapiens, do latim sapiens, ou seja, esperto, inteligente, sábio.   Seria mais correto dar a ele e a seus antecessores o apelido de Homo Magus.   Seu mundo também  ainda é um mundo mágico.   Sua religião é o curanderismo, ou xamanismo, assim denominada devido aos sacerdotes da tribo, os curandeiros ou xamãs.   O xamanismo não se difundiu apenas entres os nômades da Sibéria e outros povos migrantes do Ártico.   Aparece também entre os habitantes primitivos de Bornéu, Nova Zelândia, aborígines da Austrália, em tribos negras da África Central, e entre as derradeiras tribos de Índios da Amazônia.  ____ Todo o desenrolar da caçada é então pintado sobre rochas, em linhas incrivelmente dinâmicas, conforme pode-se ver as admiráveis pinturas rupestres nas cavernas de Lascaux, Altamira e na África do Norte.   É o nascimento da arte.

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