Calendário 2019
Vou por onde a arte me levar.
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Bonecas (os) - Parte 9 ( Pausa )
(Essa boneca também fui eu que fiz; há pessoas que podem dizer que sou louca pelos meus gostos e ou por alguma razão, sei lá; mas existem pessoas e crianças que gostam de Barbie e podem ser loucas...). Achei muito interessante o que diz a Doutora em Educação Nina Veiga: " A boneca mais saudável é a mais simples, a que permite que a criança exercite toda sua expressividade e represente o próprio mundo. A criança não é passiva ao brincar com uma boneca de pano, aquilo que a boneca não tem em detalhes, a criança precisa por sua fantasia. Quando os pais constroem os brinquedos para os filhos, eles mostram que o mundo ainda pode ser inventado. Há uma grande diferença em educar crianças para que elas transformem o mundo e educá-las para consumir o que está pronto. Nina Veiga
As bonecas (os) - Parte 8
(Essa boneca fui eu que fiz). " Bonecas de qualquer material me fascinam. Eu gosto mesmo afinal, são de bonecas que possuem uma alma de bruxa louca, má, boa, linda, horripilantes, contemporâneas, medievais. Que há uma cumplicidade no olhar, uma misturas de etnias, um cheiro de tempo, de horas, de épocas, de passado, presente e futuro, de eternas auroras. Que me faz arrepiar inteira, assim como a música faz quando ouço, quando me agrada é óbvio e lava a minha alma. É assim que acontece quando tenho ou vejo ou ganho uma boneca que me causa uma super atração, uma super relação de alma. Eu descrevo como uma adulta que sou, pois é um pouco diferente quando eu era criança e brincava com as bonecas, e olha, a criança tem maior percepção do que quando adulta, você sabe disso. Mas o sentimento é o mesmo, só muda um pouco, o meu faro, o meu tato, minha cumplicidade de adulta ( pra melhor talvez, por dar mais atenção, sei lá ) assim mesmo com espírito e coração de criança que eu permaneço diante delas.
As bonecas (os) - Parte 6
As bonecas de pano, eu acredito que mais tem a ver com uma expressão da arte popular que predomina aqui no Brasil; talvez por ser bonecas de fácil acesso, por ter o mínimo de custo. A parte 5 " As bonecas (os) ", comentei sobre as " Abayomi " que cita a Arte Africana. No Brasil as crianças brincavam com bonecas de indústria doméstica, precária e tradicional, enquanto as crianças da corte brincavam com bonecas importadas. A importância de estudo do objeto lúdico no Brasil foi revindicado por Tisuko Morchida Kishimoto , no texto ela diz que no"" O Brinquedo na Educação: Considerações Históricas " (1995) onde a autora comenta a inexistência de estudos sobre a história e evolução dos brinquedos nesse país, de modo que ela adota a postura de se basear nos trabalhos franceses sobre o assunto; ela diz que a boneca ganha terreno por revelar o papel social da mulher; porém também é forte a presença de bonecos representando guerreiros e divindades. A influência e relevância dos objetos, remetem a João Amado (2007) que relata a história das bonecas de pano e sua importância em um determinado período da história de Portugal, onde elas ganham a denominação de " marafonas ", são bonecas sem feição, ou seja não possuem rostos, bocas ou olhos. Todo primeiro domingo de maio é comemorado entre portugueses e sarracenos, as bonecas são abençoadas e utilizadas como amuleto contra " mau-olhados ". Achei muito interessante esse fato sobre as marafonas, assim como acho lindo e divino a história dos Abayomi. Mas, continuando sobre as marafonas: Reza a lenda, quando os mouros cercaram o Castelo de Monsanto a população, refugiada no seu interior, utilizou estas bonecas ( sem rosto e escondendo por debaixo das saias uma estrutura de pau em cruz de Cristo ) para dar a entender aos sitiantes, que apesar do cerco, se mantinham em boa forma de corpo e espírito; levantavam as bonecas para o alto das muralhas e balançavam-as e faziam parecer que elas estavam cantando, assim, mantinham pouco perturbados com o bloqueio, desse modo os sarracenos resolveram levantar, convencidos de que nada faria desistir os sitiados e levar sua rendição (Amado, 2007, p. 64-65 )."" Na obra de Monteiro Lobato, a boneca de pano Emília foi feita pela Tia Anastácia para agradar Narizinho, neta de Dona Benta ( Monteiro Lobato, 1972 ); baseados na influência dessa boneca na cultura lúdica brasileira. " Brogere (2000), afirma que a dimensão material do brinquedo comporta a dimensão cultural de uma sociedade, e é através da interação da criança com o objeto lúdico que ela inicia sua socialização. " As bonecas de pano parece ser um dos poucos brinquedos, ditos populares, construídas de maneira artesanal que ainda consegue resistir aos intensos " golpes " da indústria de brinquedos que tem nos meios de comunicação de massa um forte aliado para a venda de brinquedos que seduzem crianças e adultos. Nina Veiga, doutora em Educação, desenvolve desde 1991 em seu Ateliê, brinquedos inspirados no conhecimento antroposófico, levando em conta a imagem ampliada do homem e as necessidades terapêuticas da criança contemporânea. A boneca mais saudável é a mais simples, a que permite que a criança exercite toda a sua expressividade e represente o mundo próprio. A criança não é passiva ao brincar com uma boneca de pano, aquilo que a boneca não tem em detalhes, a criança precisa por sua fantasia. Quando os pais constroem os brinquedos para os filhos, eles mostram que o mundo ainda pode ser inventado. Há uma grande diferença em educar crianças para que elas transformem o mundo e educá-las para consumir o que está pronto. Nina Veiga.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
As bonecas (os) - Parte 4
As bonecas de papel existem desde que existe o papel. As figuras de papel foram usadas em rituais de culturas asiáticas durante vários séculos. Os povos de Bali faziam fantoches da sombra do couro e do papel antes da era cristã. Na França em meados dos anos 1700, surgiu a figura do Salt-Jaque, um cruzamento entre o fantoche e a boneca de papel, para satirizar a nobreza. Os exemplos das primeiras bonecas verdadeiras de papel foram encontradas em grandes centros como Viena, Berlim, Londres e Paris. Em um Museu Parisiense encontra-se um conjunto de figuras raras pintadas a mão, datadas do final dos anos 1780. Em 1791, uma propaganda de Londres anunciou uma nova invenção então chamada a boneca inglesa. As bonecas de papel só passaram a ser produzidas em larga escala e para as camadas mais populares no início do século XX. A era de ouro das bonecas de papel ocorreu entre as décadas 1930 e 1950, mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, elas continuaram sendo fabricadas, apesar da escassez de papel. A primeira boneca de papel comercial foi fabricada em Londres (1810) por Fuller e chamava-se Litle Fanny. A primeira boneca de papel produzida na América do Norte foi em Boston (1812) por J. Belcher. Nos anos 1820, conjuntos de bonecas eram produzidas na Europa e exportadas para crianças de famílias abastadas em outras partes do mundo. A primeira boneca de papel retratando uma pessoa famosa foi da bailarina Marie Taglioni, nos anos 1830 e nos anos 1840, foi publicado outro conjunto retratando desta vez a bailarina Fanny Elssler e nesta mesma década foi publicada a boneca da Rainha Vitória. Atualmente essas bonecas são consideradas valiosas raridades. As celebridades e as estrelas de cinema eram muito populares e retratá-las era muito simples nos anos 1930, 1940 e 1950, quando não haviam sido regularizados os direitos de reprodução. As estrelas de cinema e suas imagens eram geralmente propriedade dos estúdios e elas mesmas nunca viram a renda de sua venda como bonecas de pepel. Com as imagens de celebridades protegidas hoje pelas leis, um editor deve pagar pelos direitos de reproduzir nossas estrelas favoritas no formato de bonecas de papel. Alguns estudiosos da história das bonecas de papel atribuem ao surgimento da Barbie como causa do declínio na popularidade das bonecas de papel na década de 1960, contudo na década de 1990, a Barbie era uma das bonecas de papel mais populares entre crianças e colecionadores. As versões da Barbie em papel e de sua irmã, Skipper, eram amplamente comercializadas nos anos 1970 para suplementar suas parceiras tridimensionais. O namorado Ken também foi vendido no formato de papel. O Papel foi inventado na China, por volta do ano 105, por TS'ailun, a palavra papel deriva do termo Papiro.
As bonecas (os) - Parte 3
Bonecas Bonec-Art Pin Up, bonecas Peladinhas anos 60-70, elas foram muito usadas em decoração de porta de Maternidade na década de 70.
As bonecas (os) - Parte 2
Thomas Edisom, as bonecas falantes são de 1890 e na época permaneceram apenas seis semanas nas lojas, pois assustavam as pessoas pelas suas canções demoníacas.
As bonecas(os) - Parte 1
Eu sempre amei as bonecas, particularmente quanto mais diferentes eu gosto mais, bem na verdade não gosto muito das bonecas convencionais e ou padronizadas; por isso vou falar um pouco sobre elas. A primeira que eu conheci e ganhei foi a boneca de pano, tipo do tempo da vovó. Mas brinquei muito de carrinho e também na rua com os moleques; e adorava brincar na terra, fazendo túneis, pontes, fogão a lenha, subia nas árvores, enfim, tudo que se pode imaginar nas brincadeiras saudáveis da época eu brincava. Sim, já existia brinquedos e brincadeiras tecnológicas, computadorizadas, mas me passava desapercebido. Não, nunca fui contra a tecnologia, desde que não atrapalha a evolução infantil e sim que as ajudem, mas esse é um outro assunto que eu teria que escrever por longas horas só sobre isso, e eu estou aqui para falar, escrever, sobre o que me fascina, umas das coisas dentre outras. Há milhões de anos, desde o tempo das cavernas, se bem que, de repente, pode ser até antes rsrs, a vida é um mistério; mas no começo de sua história, as bonecas não serviam para brincar, elas tinham quase sempre uma função religiosa. Embora não sejam conhecidas que eu saiba, bonecas datadas da Pré-História, é bem provável porque seriam feitas em madeiras ou em couro, com materiais perecíveis, sei lá... Na civilização babilônica conhece-se uma boneca com braços articulados feita em alabastro e também em túmulos de crianças do Antigo Egito. Os estudiosos dividem-se quanto a que sentido atribui à presença destes bonecos nos túmulos; para alguns serviriam para que a criança brincasse com elas no mundo do além, enquanto que outros argumentam que esses objetos teriam um caráter mágico, tendo ali colocados para trabalharem para o defunto na outra vida. A prática de colocar bonecas nos túmulos das crianças também existiu na Grécia e Roma Antiga. Na Grécia Antiga, fazia parte dos rituais que antecediam o casamento a entrega por parte da noiva à deusa Ártemis das suas bonecas e de outros brinquedos, simbolizando o fim da infância. A criação das bonecas com objetivos comerciais estruturou-se na Alemanha do século XV, nas localidades de Nuremberga, Augburgo e Sonneberg, onde nasceram os Dochenmacher ( fabricadores de bonecas ). Foi também na Alemanha que criaram as casas de bonecas. Em Paris, na mesma época que na Alemanha, que também começou a afirmar como centro de fabricação de bonecas. Nesta época, elas eram reproduzidas com a aparência das mulheres locais e os materiais eram a terracota, a madeira e o alabastro. No século 17, as bonecas apareceram na Holanda, com olhos de vidro, perucas feitas de cabelo humano. A época de maior esplendor aconteceu no século 19 até o início do século XX. Naquele tempo, as bonecas eram feitas principalmente para adultos, pois reproduziam fielmente as figuras da corte e da sociedade, o rosto era de porcelana. Em finais do século 19, Thomas Edisom criou a ideia de uma boneca falante. No Japão as bonecas são chamadas de Ningyoo, elas são um símbolo da história dos costumes do país. Os primeiros bonecos japoneses Haniwa, são estátuas de barro encontradas em tumbas Pré-Históricas. Nos períodos Heiam (794-1185) as bonecas eram usadas para afastar demônios. No período Nara (710-794), as bonecas sofreram a influência chinesa e passaram a ter roupas de seda, tinha o penteado Sokei. No período Kamakura (1192-1333), o Xogunato que prevalecia no País por causa das constantes guerras fez com que as mulheres substituíssem os pesados quimonos por trajes mais simples e isso também se refletiu nas bonecas. No período Edo (1603-1868), surgiram as Karakuri, bonecas que tocavam instrumentos e dançavam através de um sistema simples de cordas retorcidas, roldanas e fios. As bonecas começaram a ser usadas no Teatro Noh em 45 d.C. O mesmo aconteceu com o Teatro Kabuki. Na África o povo Mfengu, que habita na África do Sul, tem como tradição oferecer a cada jovem uma boneca que esta, reservada para o primeiro filho que tiver. Após o nascimento do seu filho, a mãe recebe outra boneca para oferecer ao seu segundo filho. A partir de 1869, tornou-se possível a fabricação de bonecas em grande escala, graças ao surgimento do Celuloide, em seguida surgiram outros materiais. Pequena bonecas esculpidas em pedras foram encontradas e os cientistas as chamam de Vênus ( deusa grega que simboliza a fertilidade ). Em Herculano, cidade do Império Romano destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 de nossa era, foi encontrado totalmente preservado pela lava, o corpo de uma menina abraçada à sua boneca.
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