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Vou por onde a arte me levar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

As bonecas (os) - Parte 6

As bonecas de pano, eu acredito que mais tem a ver com uma expressão da arte popular que predomina aqui no Brasil; talvez por ser bonecas de fácil acesso, por ter o mínimo de custo.   A parte 5 " As bonecas (os) ", comentei sobre as  " Abayomi " que cita a Arte Africana.   No Brasil as crianças brincavam com bonecas de indústria doméstica, precária e tradicional, enquanto as crianças da corte brincavam com bonecas importadas.   A importância de estudo do objeto lúdico no Brasil foi revindicado por Tisuko Morchida Kishimoto , no texto ela diz que no"" O Brinquedo na Educação: Considerações Históricas " (1995) onde a autora comenta a inexistência de estudos sobre a história e evolução dos brinquedos nesse país, de modo que ela adota a postura de se basear nos trabalhos franceses sobre o assunto; ela diz que a boneca ganha terreno por revelar o papel social da mulher; porém também é forte a presença de bonecos representando guerreiros e divindades.   A influência e relevância dos objetos, remetem a João Amado (2007) que relata a história das bonecas de pano e sua importância em um determinado período da história de Portugal, onde elas ganham a denominação de " marafonas ", são bonecas sem feição, ou seja não possuem rostos, bocas ou olhos.   Todo primeiro domingo de maio é comemorado entre portugueses e sarracenos, as bonecas são abençoadas e utilizadas como amuleto contra " mau-olhados ".   Achei muito interessante esse fato sobre as marafonas, assim como acho lindo e divino a história dos Abayomi.   Mas, continuando sobre as marafonas: Reza a lenda, quando os mouros cercaram o Castelo de Monsanto a população, refugiada no seu interior, utilizou estas bonecas ( sem rosto e escondendo por debaixo das saias uma estrutura de pau em cruz de Cristo ) para dar a entender aos sitiantes, que apesar do cerco, se mantinham em boa forma de corpo e espírito; levantavam as bonecas para o alto das muralhas e balançavam-as e faziam parecer que elas estavam cantando, assim, mantinham pouco perturbados com o bloqueio, desse modo os sarracenos resolveram levantar, convencidos de que nada faria desistir os sitiados  e levar sua rendição (Amado, 2007, p. 64-65 ).""    Na obra de Monteiro Lobato, a boneca de pano Emília foi feita pela Tia Anastácia para agradar Narizinho, neta de Dona Benta ( Monteiro Lobato, 1972 ); baseados na influência dessa boneca na cultura lúdica brasileira. "   Brogere (2000), afirma que a dimensão material do brinquedo comporta a dimensão cultural de uma sociedade, e é através da interação da criança com o objeto lúdico que ela inicia sua socialização. "    As bonecas de pano parece ser um dos poucos brinquedos, ditos populares, construídas de maneira artesanal que ainda consegue resistir aos intensos " golpes " da indústria de brinquedos que tem nos meios de comunicação de massa um forte aliado para a venda de brinquedos que seduzem crianças e adultos.   Nina Veiga, doutora em Educação, desenvolve desde 1991 em seu Ateliê, brinquedos inspirados no conhecimento antroposófico, levando em conta a imagem ampliada do homem e as necessidades terapêuticas da criança contemporânea.   A boneca mais saudável é a mais simples, a que permite que a criança exercite toda a sua expressividade e represente o mundo próprio.    A criança não é passiva ao brincar com uma boneca de pano, aquilo que a boneca não tem em detalhes, a criança precisa por sua fantasia.    Quando os pais constroem os brinquedos para os filhos, eles mostram que o mundo ainda pode ser inventado.   Há uma grande diferença em educar crianças para que elas transformem o mundo e educá-las para consumir o que está pronto.   Nina Veiga.

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