Calendário 2019

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Vou por onde a arte me levar.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Artes Eróticas





" A Origem do Mundo " Por Gustave Goubert - 1866, Artista Colette Calascione - 1971, Artista Guro Japonês, " Dois Amantes " por Katsushika Hokusai - 1615-1868, Gif ( aos que eu não citei o nome da obra foi porque não encontrei ).

domingo, 23 de abril de 2017

Body Painting, Black Light Bodyscape, Body Art






O Poder da Mídia.

A Mídia é a Força mais Poderosa da Terra, ela torna Inocentes Culpados e Culpados Inocentes.   E isso é Poder, porque controla a Mente das Massas.  M.x

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas = A Decadência da Magia e a Cisão entre Ciência e Religião - Parte 24

No entanto, o Novo Testamento, a complementação cristã da Bíblia, contém uma série de indícios de que Lúcifer literalmente, o Portador de Luz, agora Príncipe das Trevas, sob o ponto de vista cristão, também era o senhor do mundo terreno.   Portanto, magia, feitiçaria e bruxaria, que se baseiam em conhecimentos secretos da natureza, só seriam possíveis pela influência do rei dos infernos.  .E daí em diante passaram a ser consideradas artes diabólicas.   Magos e bruxas foram perseguidos pelas autoridades governamentais e quando o cristianismo foi elevado a religião oficial, também pelas autoridades eclesiásticas.   Já antes da era cristã, o centro da magia era Alexandria, famosa pela sua biblioteca.   Nela, os reis Ptolomeus haviam colecionado setecentos mil rolos escritos.   Quando Júlio César conquistou o Egito e se apoderou de Alexandria, a maioria dos livros desta mais importante biblioteca da Antiguidade desapareceu num incêndio.  Porém, Marco Antônio, seu sucessor também nas graças da bela e sedutora Rainha  Cleópatra, indenizou a amada pelo prejuízo.   Presenteou-a com a Biblioteca de Pérgamo, o segundo maior tesouro bibliográfico do mundo da época.   Com isto, a Biblioteca de Alexandria tornou-se ainda mais importante do que era.   Os cristãos, porém, foram mais rigorosos.   O Bispo Teófilo, Patriarca de Alexandria, mandava avariar e destruir templos, locais de culto e símbolos religiosos da população não-cristã.   Salvaram-se do massacre apenas os volumes da biblioteca do Museu.   Estes foram destruídos 250 anos depois pelos adeptos do islamismo, quando os exércitos do Profeta, em sua vitoriosa marcha pela propagação da nova religião, conquistaram por sua vez Alexandria.   O Califa Omar achava que todos os livros que divergissem do Livro de Deus, o Alcorão, eram nocivos.   Portanto, os volumes restantes daquilo que fora a mais famosa biblioteca do mundo de outrora foram distribuídos pelos banhos públicos a fim de servirem de combustível nas fornalhas.   Após a conquista de 638 depois de Cristo, Alexandria perdeu sua posição de centro cultural e de ciências psíquicas que ainda mantivera durante os primeiros séculos da era cristã.   A sucessão passou para Constantinopla.   Alexandria não era apenas o centro da magia, mas também da GNOSE e das ceitas gnósticas, que combatiam acirradamente o cristianismo.  Lamentavelmente é síndrome acompanhante das revoluções culturais a destruição de valores, hábitos e práticas tradicionais, assim como a erradicação das religiões até então válidas.  Mesmo hábitos populares inocentes, como queimar INCENSO, fazer uma invocação mágica ao deus do Lar ao acender o fogão, ou ornar a casa com flores em sua homenagem, eram motivos para castigos draconianos.   Kurt Seligmann chega à conclusão de que pelo menos durante setecentos anos a magia parecia ter sido reprimida, senão suprimida.   No entanto, as coisas não devem ter chegado a este ponto.   Porém, uma consequência real da disseminação da religião cristã foi a parada científica por cerca de meio milênio.   Não havia mais atividade científica como nos tempos da antiga civilização egípcia, com seus templos-universidades ou academias públicas como as gregas.   O que o cristão queria saber estava contido nas obras do mestre eclesiástico Agostinho.   E, executando o caso isolado do médico-psicólogo romano Galeno.   É preciso considerar que este estranho e profundo sono encantado se aplica à ciência pública, sancionada pelo Estado e pela Igreja.   A explicação da natureza dada pela  Bíblia e por outros textos religiosos constituía dogma de fé para os crentes.  Duvidar destas verdades eternas era crime merecedor de pena de morte.   A decadência de Roma era resultado do materialismo praticado pelos romanos.   Nem mesmo a Igreja conseguira extirpar a magia popular.   Pois a doutrina cristã apelava também para o pensamento mágico das pessoas.  Era uma magia contra a outra.  Prova disso é o encontro de Simão, o Mago teurgo e sumo sacerdote de uma seita gnóstica com os apóstolos.   As lendas dos santos contêm inúmeros exemplos.   Por exemplo: Jorge que morreu posteriormente como mártir, matou um dragão, segundo diz a lenda, ao qual haviam entregue  a filha do rei para ser devorada.   Após resgatar a jovem, Jorge contou a moça, deslumbrada com seu heroísmo, que a força para vencer o dragão lhe havia sido conferida pelo Deus dos cristãos.   A notícia se espalhou rapidamente pelo povo que se converteu em massa à religião cristã.   No caso citado, a figura de São Jorge deve ter sido superposta ao mito de Midra.   Para os cristãos, o cavaleiro de São Jorge se torna então símbolo da vitoriosa luta do bem contra o mal, ou seja, do cristianismo sobre o paganismo.   Porém, quando falamos numa contramagia cristã, é preciso frisar que ela se diferencia significativamente da magia tradicional.

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - A Decadência da Magia e a Cisão entre Ciência e Religião - Parte 23

Um conceito religioso herdado da religião judaica, o da volta do Messias, que é o Cristo, e do estabelecimento de um paradisíaco reino de Deus sobre a Terra.   Em correlação, porém, com um julgamento divino, que seria o último juízo, ou juízo final.   Para tanto se verificaria uma ressurreição real dos mortos, que sairiam de suas tumbas com seu corpo material, da mesma forma que Cristo ressuscitou real e concretamente depois de morrer na cruz.   Porém, para os primeiros Cristãos, entre eles o apóstolo Paulo; a ressurreição real e corporal seria privilégio dos adeptos de sua religião.   Não-cristãos, portanto os pagãos, estavam excluídos.   Suas almas ficariam condenadas para sempre a uma existência sombria num local árido e deserto, conforme os antigos judeus imaginavam o Além; teriam o mesmo destino que os gregos reservavam para os não-iniciados nos mistérios de Elêusis.   O conceito cristão de alma, com sua validade universal, e a crença na imortalidade a ele condicionado, eram noções inteiramente inéditas na época, e, na verdade, ideias bastante revolucionárias.   No entanto, um ponto chama a atenção.   O mundo terrestre, o ambiente vital do homem, que abrange a natureza, inclusive o Sol, a Lua e os planetas, que, por assim dizer, ainda fazem parte da esfera terrena, PERDEU POR CAUSA DO CRISTIANISMO os seus deuses, sua alma e seus espíritos.   Segundo o conceito de vida cristão, nem a Terra, nem a Grande Mãe Natureza tinham caráter de divindades.   Aliás, todas as divindades femininas foram abolidas.   Agora a Terra e a natureza representam, por assim dizer, uma zona-tampão neutra entre as duas potências que disputam a alma humana, o mundo celestial superior e o mundo diabólico inferior.   Mas conforme é usual em zonas neutras ou livres de controle, as duas facções se esforçam por conquistar a primazia e o homem é solicitado por cima e por baixo, pela direita e pela esquerda.   No entanto, seu destino não é mais imutável e prefixado por potências divinas, como acreditavam, por exemplo, os gregos, antes de entrarem no período do pensamento lógico.   O mesmo se dava com os povos orientais e com a maioria dos romanos da era pré-cristã.   Agora o homem pode decidir livremente por um lado ou por outro, ao menos pela duração de sua vida terrena.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas __ Feitiçaria, Magia Popular, Bruxaria e o Mágico Símbolo da Cruz __ O Conceito Cristão de Alma. Parte 22

A perseguição oficial da magia no Império Romano começa já no século 2 antes de Cristo.   Em 139, começou-se por expulsar os magos caldeus de Roma.   No entanto eles sempre voltaram, ilegalmente, pois a polícia ainda não dispunha de computadores com terminais em cada posto de fronteira... Nem existiam passaportes com retrato à prova de falsificação.   Também sob o reinado do Imperador Augusto, que viveu de 63 antes de Cristo a 14 depois de Cristo, os magos e astrólogos caldeus eram mal vistos.;  menos pela periculosidade dos seus elixires de vida e filtros de amor secretos, e por comercializá-los, mas por terem sua própria religião, venerando deuses ignotos em vez de adorar os deuses da religião oficial romana.   Isto poderia levar a formação de seitas secretas e tornar-se um perigo para o Estado.   Por outro lado, o imperador percebeu  que não conseguiria resultado algum com a pena de exílio.  Portanto proibiu a posse de livros mágicos.   As buscas domiciliares efetuadas resultaram na apreensão de dois mil livros caldeus, que foram sumariamente incinerados.   Desta forma, o imperador aniquilou um acervo de conhecimentos acumulado durante séculos; representou sem dúvida uma perda insubstituível para os magos.   No entanto, a incineração destes livros provocou um efeito exatamente oposto ao planejado.  Já foi mencionado que a religião oficial, com seus deuses copiadores dos gregos, e rebatizados com outros nomes, caíra ao nível de um culto do presente, desprovido de conteúdo.   Ninguém acreditava mais naqueles deuses.   Todavia, povo algum consegue subsistir por muito tempo sem religião; uma religião que lhe ofereça padrões para orientação espiritual e resposta para a velha pergunta enraizada na mente humana: o sentido da vida.   O Império Romano estava passando por uma crise cultural.   Por toda a parte no império ocorriam revoltas de escravos.   Nem o imperador, nem seus ministros burocratas estavam em condições de reconhecer os sintomas de um processo coletivo de transformação espiritual.   Esta incompreensão pode ter sido o início ou o ponto de partida para a subsequente decadência e queda do Império Romano mundial.   As consequências desta situação crítica foram justamente as que o Imperador Augusto tentara evitar.   Criaram-se inúmeras seitas e sociedades secretas, adeptas de conceitos e doutrinas religiosas trazidas pelos magos das províncias romanas da Ásia Menor.   Vieram inclusive para a Roma os discípulos de um pregador judeu itinerante, chamado JESUS de NAZARÉ, proclamando uma nova religião, a doutrina de um homem que se intitulava filho do único deus verdadeiro, e que preconizava o amor ao próximo, e que seus conterrâneos, os judeus, tinham condenado por isso à dolorosa morte na cruz.   Em escassos trezentos anos, o cristianismo foi elevado a religião oficial pelo Imperador Constantino.  A vitória desta nova religião foi tão completa que ela passou a ser a predominante em todo o mundo ocidental.   Ainda hoje, no final do segundo milênio após o nascimento do seu fundador, ano considerado marco zero para a cristandade, continua a ser uma religião mundial, abrangendo toda a face da Terra.   A explicação sociológica, frequentemente apresentada, não satisfaz; é verdade que a doutrina se espalhou inicialmente entre escravos revoltados e entre cidadãos desprovidos de bens e de direitos.   No entanto, é uma interpretação simplista demais.  A magia nos ajuda a compreender melhor o fenômeno.   Os apóstolos proclamavam acerca seu Deus, ou do filho de Deus descido à Terra e tornado homem.   Milagres e mais milagres!!   Aquele Jesus, ou Cristo, e que em grego significa ungido.   Ele transformara água em vinho.   Multiplicara magicamente pães e peixes, andara sob as águas sem afundar, curara coxos e fizera cegos enxergar, fizera até mortos retornar à vida.   E por fim, ele mesmo retornara à vida depois de morrer.   Nenhum mágico romano tinha conseguido praticar tantas proezas milagrosas.   Mas também esta explicação não satisfaz totalmente.   Para Cristo, toda pessoa tinha alma, até escravos e mulheres.   A idéia de que toda a pessoa tem alma própria, racional e imortal é a noção contagiante que explica a irresistível ascensão do cristianismo.   A alma passa a ser fator de poder.   Todavia alguns Pais da Igreja, como Tertuliano e Orígines, tentaram restringir novamente a igualdade proclamada por Cristo.   Também é de supor que os antigos cristãos conhecessem práticas secretas dos mágicos xamanistas, isto os auxiliava a suportar as torturas a que eram submetidos durantes as perseguições, principalmente no governo do Imperador Nero.   Eram forçados a lutar  contra feras selvagens nos espetáculos circenses, ou atados a estacas, untados com alcatrão e transformados em tochas vivas.   Outros eram colocados sobre grelhas em brasas, cozidos em óleo fervente, e mais suplícios desumanos deste gênero.   Em tais situações de emergência, sem dúvida se valiam dos conhecimentos dos curandeiros, como a capacidade de não sentir dor ao andar sobre brasas ou a de secar lençóis enregelados com a técnica do calor mágico.   No entanto, também a fé inquebrantável é capaz de desencadear uma anestesia psicogênica, isto é, de origem psíquica.  A noção de uma alma etérea é rejeitada posteriormente pelas autoridades eclesiásticas.   O santo padre Aurélio Augustino endossa a doutrina dualista de Aristóteles, isto é, a alma orgânica animal e a alma espiritual; o Eros do amor terreno e o eros do amor celestial.   Adapta estas teorias à doutrina cristã.   Só que transforma os conceitos baseados nas ciências naturais em conceitos moral-teológicos.   O cristianismo endossa igualmente a noção dos dois poderes do bem e do mal encontrada em todas as religiões pré-cristãs.   São os irmãos inimigos Seth e Osíris dos egípcios, as naturezas antagônicas de Iavé e Malèk-Iavé, que depois se torna o filho de Deus.   Satã para os judeus - o deus da luz Ormuzd (o bem) e seu oponente Ahriman (o mal), na antiga religião persa de Zaratrusta.   Entre os cristãos, isto levou à conhecida divisão do mundo em três setores: céu, inferno e a Terra entre eles.   No mundo celeste superior; o reino de Deus, muito acima das nuvens e das estrelas, são recebidas as almas dos bons após a morte.    Mesmo que as almas não tenham consistência material, o céu - também denominado Paraíso - é concebido de forma material.   O inferno, como mundo inferior, debaixo do solo, é o reino do filho caído de Deus, o arcanjo Lúcifer.   Príncipe das trevas.

Carvão por Elmar Fonsêca - Parte 5

No Brasil, o carvão mineral foi descoberto em 1800.   O Rei Dom João V1 foi quem examinou __ no Rio __ as primeiras amostras, provenientes de Curral Alto no Rio Grande do Sul.   E, em 1825 o naturalista Friederich Sellow fez as primeiras observações sobre o carvão do Rio Grande do Sul.   Examinou os afloramentos de carvão do Curral Alto e do Serro do Roque no atual município de S. Jerônimo.   Em 1832, o inglês Alexandre Davidson emitiu um parecer geológico sobre o carvão brasileiro e F. Sellow examinou o carvão de Santa Catarina.   E em 1853 o governo Provincial encarregou o inglês James Johnson a fazer a exploração da primeira mina de carvão mineral no país, a mina de Arroio dos Ratos.  A mina recebeu do governo da antiga Província de S. Pedro, hoje Estado do Rio Grande do Sul, ajuda pública.   Mesmo assim a mina foi abandonada e somente em 1866, com a criação de uma estrada de ferro de doze quilômetros, ligando Arroio dos Ratos a S. Jerônimo, Johnson abriu as primeiras minas no Arroio dos Ratos.   Em 1880 foi construída a Estrada de Ferro D. Tereza Cristina para transportar o carvão das minas de Santa Catarina para o Porto de Laguna e começaram a ser descobertas as primeiras minas na bacia do Alto Tubarão.  Em 1917 iniciaram-se as sondagens feitas pelo serviço Geológico em busca do carvão do Estado do Amazonas que se prolongou até 1925.   Foram feitas 5 sondagens com profundidade máxima de 452 metros.   Em 1918, o governo Wenceslau Braz criou a junta de Abastecimento do Carvão, responsável pelos primeiros estímulos à produção nacional do carvão, principalmente através de financiamento.   Em 1921 fundou-se a Estação Experimental de Combustíveis e Minérios destinada a estudar o melhor aproveitamento possível para combustíveis, notadamente o carvão mineral.   Tratava-se de um esforço para a criação de tecnologia nacional voltada para o uso do carvão nacional, cujas características são diversas das do europeu e norte-americano, modelos de tecnologias vigentes.   Este órgão, transformado, em 1927, no Instituto Brasileiro de Pesquisas Industriais e com atividades estendidas a todos os ramos industriais do país, é hoje o Instituto Nacional de Tecnologia.  Com o surgimento da Cia. Siderúrgica Nacional em 1943, todo o carvão metalúrgico produzido no país, isto é, em Santa Catarina, foi comprometido para atender aquela empresa.   Pelo Decreto Lei 6.771 de 7 de agosto de 1944 a CSN passou a utilizar o carvão também como fonte de energia para o aquecimento de suas caldeiras.   Outros fatos que demonstram a participação do estado nos incentivos à produção do carvão são: Tanto na primeira Guerra Mundial ( 1914-1918 ) como na segunda ( 1939-1945 ) ocorreu a paralisação do tráfego marítimo internacional, forçando o aparecimento da indústria de carvão brasileira.   O governo decretou vários tipos de isenções fiscais e promulgou leis especiais, fazendo com que as indústrias passassem a consumir o carvão nacional.   Em 1916, as primeiras medidas de proteção de nosso carvão tiveram o efeito esperado, de vez que a produção atingiu a 350 mil toneladas por ano, assim permanecendo por quase quinze anos.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - A Decadência da Magia e a Cisão entre Ciência e Religião - Parte 21

Galeno redigiu inúmeras obras de medicina, que serviram como manuais de instrução para a formação de médicos até o final da Idade Média.   Além da sonoterapia, aprendida com os médicos gregos, recorriam a conjurações, amuletos, uma espécie de transferência mágica para animais ou objetos encantados, e, não por último, as orações e oferendas no templo.   A tarefa de catar plantas medicinais, era tarefa de pastores, ermitãos, mas primordialmente de mulheres entendidas em assuntos da natureza.   As mulheres eram chamadas de magas, que significa bruxa.   Só na era cristã a bruxaria passou a ser considerada arte diabólica.   Mas já na Roma antiga bruxas e bruxos-mestres eram tidos como gente perigosa.   Em seu livro " Arte de Amar " um compêndio erótico publicado sob o governo do Imperador Augusto, e que alcançou grande popularidade, ele diz: " Na vida amorosa, o laboratório de feitiçaria de Medéia é de pouca valia...Quem busca refúgio nas artes negras, e avança impetuoso como um potro novo para beber na fonte do amor, não terá êxito!   Ovídio revela-se bom psicólogo, pois aconselha: Sê amável, e serás amado por teu próprio mérito.    Se queres ser amado, é preciso que também ames (Nero).   

Carvão por Elmar Fonsêca Parte 4



Desde 1780 Franz Von Beroldingen classifica os vários tipos de carvão de pedra como combustíveis fósseis: turfa, linhito, carvão betuminoso, carvão antracitoso e antracito.   Em 1900, H. Potoniê pesquisou diferentes amostras de carvão e as classificou: 1- carvão brilhante (glanz Kohle), carvão fresco e fosco (mattkohle) e carvão em agulhas (fazernkohle), já em 1919, depois da Revolução Industrial, em que o carvão ganhou na Inglaterra variados usos e serviu de aquecimento __ por meio de calefação __ no inverno, a pesquisadora inglesa Marye Stopes deu nova classificação ao carvão: vitrita, ciarita, durita e fusita.   A partir da década de 50 devido à ampliação dos usos do carvão mineral na indústria e nas usinas termelétricas surgiu outra classificação dos carvões, assim definidos: Linhito-Carvão de baixa categoria.  Varia de tonalidade podendo ser castanho ou negro.  Pode-se discernir os vegetais que o compõem.   Desintegra-se rapidamente quando exposto.   Queima com pouca ou nenhuma fumaça, e é facilmente solúvel em álcalis.   O seu teor de água varia entre 10 a 30% e o poder calorífico vai de 4.000 a 6.000 quilocalorias.   Turfa-É uma rocha de origem vegetal que se encontra nas formações sedimentares recentes.   Representa o primeiro estágio do carvão.   É originária de zonas pantanosas, de restos vegetais e o seu teor de água é muito elevado variando de 65% a 90%.  O seu poder calorífico é alto variando de 3.000 a 5.000 quilocalorias.   A turfa é hoje a principal fonte de energia suplementar nos países escandinavos e socialistas.   Sub-betuminoso-Carvão de baixa categoria; cor preta; apresenta camadas lenhosas.   Desintegra-se em contato com o ar.  Produz fumaça ao queimar.   Não é coqueificável.   Betuminoso-Carvão de média e alta categoria; cor negra, possui qualidades de coqueificação mais expressivas à medida que seus teores de valorização diminuam.   Produz fumaça ao queimar.   Antracito-Carvão de alta categoria, com textura densa e semelhante à rocha.  Não é coqueificável.   Ao queimar não produz chama.    Carvão mineral é uma rocha facilmente combustível, contendo mais do que 50% do seu peso e mais de 70% do seu volume de matéria carbonosa, formada por compactação e solidificação de restos de plantas semelhantes aos depósitos de turfas, apresentando diferentes graus de alteração.   Carvões húmicos, carvões originários essencialmente a partir de vegetais terrestres superiores, com alto teor de hidratos de carbono.   Correspondem, de uma forma geral, aos carvões existentes e utilizados no Brasil.   Carvões Sapropélitos, carvões originários a partir de vegetais aquáticos, principalmente algas, depositados em lagos.   Carvão energético, denominação usada, no Brasil, para designar tipos de carvões não coqueificantes, com teor de cinzas inferior a 40% e que são utilizados para a gaseificação e a redução direta de ferro.   Carvão metalúrgico, carvão com propriedades coqueificantes, utilizado como matéria-prima na fabricação de coque para os altos fornos siderúrgicos.   Os carvões metalúrgicos de boa qualidade possuem baixo teor de cinzas (4 a 9%).   Carvão pré-lavado, denominação também utilizada no Brasil para o carvão com 33% de cinzas, obtido pelo beneficiamento, à boca da mina, do carvão coqueificável da camada Barro Branco de Santa Catarina.   É o carvão enviado ao Lavador de Capivari para a separação da sua fração metalúrgica com 18,5% de cinzas.   Carvão vapor, no Brasil é o termo para o carvão que possui 40% de cinzas, obtidas no beneficiamento do carvão pré-lavado de Santa Catarina, visando a separação da sua função metalúrgica com 18,5% de cinzas.   De uma forma geral, denomina-se carvão vapor, o carvão não coqueificável, com teor de cinzas que permita a sua utilização em caldeiras para a produção de energia térmica ou a vapor.   O carvão vapor atualmente possui de 50 a 53% de teor de cinzas.   Carvão redutor, é o carvão utilizado na redução direta do minério de ferro.   Tem no máximo 35% de cinzas.   Carvão run-of-mine, (saído da mina), é o produto obtido pela lavra, à boca da mina, o qual é constituído por carvão estéril intercalado às camadas de carvão.   A porcentagem de carvão  em relação ao estéril, varia conforme o tipo de lavra utilizado.   Teor de cinzas, a cinza é constituída por substâncias inorgânicas, principalmente argilas, que foram incorporadas originalmente aos restos vegetais em acumulação nas turfeiras e que constitui os resíduos da combustão do carvão.   "Grade", palavra de origem inglesa, que se refere à qualidade do carvão, e que se relaciona com o teor de cinzas.   Tal como acontece para o poder calorífico, o "grade" de um carvão é inversamente proporcional ao seu teor de cinzas.   Carvões de alto "grade" são sempre carvões de baixo teor de cinzas.   Poder calorífico, é o calor liberado pela combustão de 1 kg de carvão.   A unidade de medida utilizada no Brasil é a quilocaloria (Kcal-Kg).   "Rank", palavra inglesa que se refere ao grau de carbonização atingido pelo carvão após a sua deposição.  

sábado, 8 de abril de 2017

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - A Decadência da Magia e a Cisão entre Ciência e Religião - Parte 20

Arte e Ciência - também esta é uma arte - são na Antiguidade assunto dos homens.   Portanto, no mito se entrevê a lenta passagem do matriarcado para o patriarcado, que fortifica à medida que o consciente evolui.   A religião de Elêusis, como religião popular mágico-mística, continua em vigor também após a queda do poderio grego na área do Mediterrâneo e de sua substituição pelo Império Romano, que perdurou até os primeiros séculos da era cristã.   Só desaparece quando o Imperador Constantino eleva o cristianismo a religião oficial.   Também os médicos gregos não renunciaram ao tradicional conceito mágico do mundo; o médico grego Hipócrates estudara a fundo a alma.   Com a arte curativa que ensinava, inicia-se  a pesquisa médica segundo os métodos das ciências naturais.   Porém a medicina praticada tanto por ele mesmo, quanto pela escola de medicina que fundou, era medicina mágica.   Julgavam que o homem como ser vivo só existia devido ao jogo alternado de corpo e alma.   Os adeptos de hipócrates sabiam por experiência própria que a alma era uma realidade.   Portanto na terapia, davam grande importância aos efeitos da alma sobre o corpo.   Para diagnosticar as doenças, recorria-se aos sonhos.   Os templos nos quais se processavam as curas, como o de Epidauro, por exemplo, o mais famoso deles, eram sanatórios.   Após a admissão, o paciente tinha de submeter primeiro a uma purificação ritual e apresentar uma oferenda.   Depois era conduzido a um dormitório provido de uma clina, uma cama de repouso, de onde se originou o termo ainda hoje usado de clínica.   Lá ele devia dormir e sonhar.   Quando o paciente tinha o sono certo, isto é, quando o deus lhe parecia em sonho e tocava a parte do corpo afetada, esta sarava.   Conforme relatam os históricos dos enfermos, os médicos gregos devem ter obtido êxitos espetaculares em suas curas.   Sem a tendência para a autocura pré-programada na psique humana, estes êxitos seriam inexplicáveis.   A alma, constata Hipócrates, está ocupada durante o dia todo com as funções orgânicas.   Mas quando o corpo dorme, a alma sempre alerta tem a possibilidade de informar-se sobre todos os processos do corpo.   Portanto pode detectar as causas das doenças em imagens , as imagens oníricas.   Está então em condições de compreender a mensagem do benéfico deus Asclépio, e desencadeia o processo de cura.   Ao nosso ver, esta explicação é mera superstição.   O deus Asclépio não existe.   No entanto, curas milagrosas deste gênero continuam ocorrendo constantemente, conforme relatos vindos de Lurdes e de outros locais de peregrinação.   É preciso considerar que na Antiguidade as pessoas eram profunda e autenticamente religiosas; praticavam uma religiosidade que perdemos.   A fé cura; nos tempos subsequentes, os autênticos conhecimentos mágicos foram perdidos.   Quando menos de cem anos após, Aristóteles anunciou sua teoria racional, a filosofia se tornou moda entre a elite política da próspera república de Atenas.   Como o cidadão grego, com sua alma racional particular, era superior a todas as demais pessoas dotadas apenas de almas animais orgânicas e nesta categoria se contavam os escravos, os bárbaros e os não gregos.   Que escravos bárbaros e velhas ainda continuassem a acreditar em potências divinas e forças mágicas; para o cidadão da esclarecida Grécia, acreditar na razão era suficiente como sentido de vida.   Isso soa bem, só que nunca passou de teoria.   E foi refutada pelos bárbaros macedônios, sob o comando de Alexandre, o Grande.   Conquistaram a Grécia, pouco se importavam com a opinião de Aristóteles, que aliás também chegou a ser professor de Alexandre por algum tempo, de que possuíam apenas uma alma orgânica, e que ainda eram adeptos da magia.   Para os macedônios, o Rei Alexandre era um deus vivo, cuja força se comunicava a seus soldados.   Em Atenas, Aristóteles é acusado de ateu e precisa se exilar.   A seguir a Grécia se tornou uma colônia romana.   Os romanos se assenhoraram da cultura e da filosofia grega.  A religião  oficial do Estado romano é a continuação da religião grega de Zeus, Zeus vira Júpiter.    Sua esposa Hera passa a ser a divina Juno.   Deméter, a Grande Mãe da Terra, torna-se Ceres, deusa das colheitas.   Dionísio, o deus escondido por trás da máscara, é rebaixado a Baco, deus romano do vinho, representado quase sempre como um bêbado.   Também na Roma antiga a religião oficial perde conteúdo rapidamente e acaba sendo mero culto do presente.   Portanto, já não está em condições de oferecer à massa popular padrões para orientação espiritual.   Os veteranos romanos desprovidos de bens, os escravos sem os benefícios da lei, e as mulheres, segundo o Direito Romano praticamente reduzidas a propriedade do marido.   Não conseguiam encontrar consolo nem amparo espiritual na teoria da razão dos filósofos.   Em consequência, floresceram no Império Romano inúmeras seitas religiosas, todas defendendo ainda um conceito mágico do mundo.   Da mesma forma, havia por todo  lado mágicos, feiticeiros e curandeiras exercendo seu ofício.   As curandeiras, mulheres apelidadas de sábias, conheciam tudo sobre ervas, bagas e raízes, e eram peritas tanto em curar quanto em envenenar.   Mas já em meados do século dois antes de Cristo, os magos caldeus foram banidos de Roma; pelo menos os burocratas do governo baixaram editos neste sentido, por insistência dos sacerdotes.   Pois fazer predições e consultar oráculos com o fim de desvendar o futuro era privilégio da casta sacerdotal e só podia ser feito no templo.    Os sacerdotes reagiam contra qualquer concorrência privada a fim de manter seu monopólio.   Os gregos possuíam um oráculo oficial, o oráculo de Delfos, este não constituía monopólio.   Só que no interior do templo de Delfos não havia um moderno equipamento de processamento de dados, mas apenas uma estaca de mármore, o omfalos, tido como " o umbigo do mundo ".   E ao lado dele não se sentava nenhum mago da informática de jaleco branco, e sim a sacerdotisa pítia; ela ficava sobre um tripé de ouro, colocado sobre uma fenda no solo, de onde emanavam vapores atordoantes, conforme relatam autores antigos.   A pítia mastigava grãos de cevada e folhas de louro, que tem efeito excitante quando consumidas em jejum.   Além disto, ela se encontrava em estado de transe quando respondia às perguntas do oráculo.   Muitas vezes ela sabia as perguntas antes que fossem feitas por meio da clarividência.   O filósofo Plutarco diz das pítias que elas entendiam até mudos, e ouviam palavras não pronunciadas.   As exclamações que elas soltavam , em estado de êxtase profundo, eram consideradas mensagens do deus da luz, Apolo, divino protetor do local do oráculo, que envia suas mensagens através da pítia.   No entanto as declarações eram em regra bastante vagas e ambíguas.   Em troca, no frontispício do templo estavam gravadas as palavras: Gnothi sauton!: Conhecer-te a ti mesmo!   No entanto a recomendação de auto-exame era desprezada com demasiada frequência por governantes e guerreiros em busca de conselhos.   O Imperador Tibério proibiu qualquer predição do futuro, quer pública, quer privada, por meio de entranhas de animais.   Mas, é duvidoso que ele tenha conseguido isto.   Pois para o povo que habitava a atual França na época, a proibição da magia era muito mais revoltante do que o próprio domínio romano; pois seus chefes tribais eram os druídas.   Só o Imperador Augusto tolerou a prática da astrologia, depois de Teógenes, o astrólogo, lhe fazer o horóscopo e predizer sua elevação à dignidade de Imperador.   Durante seu reinado, Augusto mandou cunhar moedas com a efígie de suas estrelas protetoras.   Conforme se vê, oficialmente as artes mágicas eram difamadas.   Mas continuavam a ser praticadas às ocultas.   

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Parte 19 __ A Decadência da Magia e a Cisão entre Ciência e Religião.

Já no Antigo Egito, com o crescimento da população, começou a desenvolver-se paralelamente com a magia dos sumos sacerdotes, considerada ciência secreta, uma pseudocientífica magia popular.   Com os povos da " terra entre dois rios ", o Eufrates e o Tigre, aconteceu o mesmo; eram os babilônios, e depois os caldeus, vindos do Golfo Pérsico.   Todavia o mundo ainda era encarado como unidade; uma unidade de fenômenos e forças materiais e espirituais, de corpos e almas que conviviam lado a lado, indissoluvelmente ligadas.   A natureza no entanto, não se mostra apenas como potência nutriz e protetora.   Com demasiada frequência a humanidade é atingida por arrasadoras violências naturais.   Por um lado, a Grande Mãe Natureza se mostra benévola, e por outro despeja sua divina ira.   Isto levou à crença de um princípio tanto do bem quanto do mal, em perpétuo conflito pela liderança.   É compreensível que as pessoas se interessem em afastar as forças do mal e queiram conhecer seu futuro.   Nada compromete mais o trabalho mental do que a sensação de estar à mercê do desconhecido e do imprevisível.   Preocupar-se com um programa de segurança e planejar o futuro faz parte das características do consciente humano.   O progressivo desenvolvimento do consciente, evoluem também os conceitos de fé das religiões.   Enfim, a religião predominante perde gradualmente sua credibilidade e começa o tempo dos falsos profetas, conforme o denomina a Bíblia.   A magia já é condenada no Antigo Testamento da Bíblia como uma intervenção proibida na onipotência de Deus.   No entanto, as Sagradas Escrituras dos judeus são uma  mina de ouro de práticas mágicas.   Conforme prova Riwkah Scharf em sua tese A Figura de Satã no Antigo Testamento, o deus judeu Iavé ( Jeová ) tinha originalmente um irmão gêmeo, Malèk-lavé, que representava o lado noturno e sombrio.   Noção que se reporta aos antigos deuses gêmeos babilônios.   No Livro de Jó, Malèk-lavé passa a ser filho de Deus.  É Lúcifer que, ainda como Príncipe dos Anjos, faz uma aposta de igual para igual com seu pai.   Em textos posteriores, ele toma o nome de Satã, mas ainda é mensageiro de Deus.   É mágico-mor.   Só no Novo Testamento Lúcifer se torna rei do inferno, opositor de Deus, o poder do Mal; com isto também a magia passou a ser uma arte infernal.   O Antigo Testamento não conhece o inferno como nós o imaginamos, apenas um céu, o reino de lavé e dos anjos imortais.   Seu inferno é o deserto, noção muito compreensível num povo nômade e pastor.   O senhor do deserto é Azazel, antigo demônio árabe dos desertos, da era pré-mosaica.   Ele simboliza a aridez e o vazio, a ausência de vida.   A esta entidade os israelitas consagravam, por ocasião da colheita, um bode; sobre este eram depositados, junto com fórmulas mágicas de esconjuração, todos os erros e pecados do povo, enfim, tudo de mal que ocorrera na tribo.   A seguir, o animal era enxotado para o deserto.   Para a psicologia, este conceito mágico do bode expiatório se tornou uma característica recorrente do inconsciente humano: a tendência de atribuir sempre a terceiros todo erro, atitude errônea ou insucesso, em vez de procurar as causas do próprio íntimo.  Peculiarmente, em passagem alguma do Antigo Testamento se encontra descrição exata do Além.   A rigor, só há distinção entre viver e não viver.   O Antigo Testamento não conhece igualmente ritos de iniciação no mistério da morte, seja como porta para o renascimento, sob qualquer forma, seja como transição para o prosseguimento da vida após a morte, sob a forma espiritual.   O que os profetas anunciam como redenção é a Terra Prometida, onde corre leite e mel.   A morada de Deus é o Monte Sinai, onde fica Israel.   E onde está Israel, também está Deus.   Céu e Inferno, os páramos do Além, são imaginados, por assim dizer, só para a vida terrestre.   É possível este conceito materialista de vida tenha explicação na sina dos judeus; sem condições de se defender dos povos vizinhos, sofreram diversos períodos de escravidão.  No entanto eles também praticavam a necromancia, a evocação dos mortos para predição do futuro.   O Rei Saul, por exemplo, certa vez procurou, na calada da noite, a bruxa de En-Dor.   Exigiu dela a convocação do espírito de Samuel, para  que ele lhe revelasse o desfecho de uma batalha iminente.   O espírito compareceu e anunciou a morte do rei.   As sagradas Escrituras não dizem se isto se deu em consequência do resultado da batalha, desfavorável para Saul, ou como castigo pelo ato proibido de consultar a bruxa.   Predizer e profetizar, como magia aplicada, era hábito generalizado entre judeus, conforme mostram os Livros dos Profetas; mas só o Sumo Sacerdote podia consultar oráculos, e isto unicamente no reino do Templo.   O Antigo Testamento proibia, sob pena de morte, procurar conselhos junto a bruxas e feiticeiros.   Também o Rei Davi, sucessor de Saul, consultou oráculos, desafiando a lei.   O sábio Rei Salomão tomou por esposa uma princesa egípcia, e em seu harém viviam mulheres das mais variadas procedências.   Era tolerante, e permitia que elas cultuassem seus deuses de origem.   Consta que ele conhecia os mais recônditos segredos da magia e da demonologia.   Seu sinete mágico desempenhou posteriormente papel significativo no Talmude e na Cabala.   Após a sua morte, o reino decaiu.   Ao norte de Israel venerava-se um Deus sob a forma de um Touro.  É o bezerro de ouro citado na Bíblia e que integra o culto a Baal.   Só com a queda do Império Assírio, aproximadamente em meados do milênio pré-cristão, o Rei Josias desencadeia a grande derrubada de todos os deuses estranhos.   Foi nesta época que o Antigo Testamento tomou a forma que conhecemos como Sagradas Escrituras.  Corresponde igualmente ao período em que na antiga Grécia se processava o início da transição do pensamento mágico para o pensamento lógico.   É sabido que os sentidos também enganam e iludem, o que levam a falsas concepções.   E, então, pensar não resulta em conhecimentos, mas em desvio de pensamento.   Os filósofos já não se satisfazem com a sabedoria tradicional.   Começam a duvidar de tudo.   A decadência da magia e a exteriorização da religião permitem supor que a última hipótese é a acertada.   Eram pragmáticos e racionalistas.   Seu modo de pensar se baseava na razão e na compreensão.   Não faltava certa dose de presunção.   Assim o filósofo Protágoras proclamou: O homem é a medida de todas as coisas.   Os filósofos gregos começaram a questionar o ponto de vista dos sábios-magos.   A religião grega cultuava Zeus, e os deuses reinavam no Monte Olimpo; estes deuses eram concebidos sob forma muito humana, e de forma algum eram oniscientes.   Mas a religião de Zeus era a religião oficial do governo.   A religião passara a ser um ritual perfunctório, sem conteúdo válido.   Como consequência da nova maneira lógica de pensar e do afastamento do pensamento mágico, iniciou-se na antiga Grécia, na cidade-Estado de Atenas, seu centro cultural.   Uma espécie de cisão do consciente.   Atenas praticava naquela época a democracia.   Esta cisão foi fixada por Aristóteles, por escrito, em suas obras.   É dele uma tese Sobre a Alma, considerada como sendo o primeiro manual de psicologia do mundo.   Nela se separa espírito e alma; para ele a alma tem essência biológica, e como objetivo de pesquisa, deve ser estudada pela física.   Estudar espírito é a tarefa da metafísica que faz parte da filosofia.   Para ele o espírito como tal é como que uma dádiva, um penhor dos deuses.   Para ele a alma faz parte do corpo, e é perecível como ele.   Só o espírito é imortal.    Espírito é para Aristóteles um conceito abstrato, algo entre o sagrado e o divino, como a ideia.   Sua origem é o reino das ideias sempiternas, conforme postulava seu mestre Platão, de quem herdou a tese.   Platão ainda falava numa visão mágica; seu aluno porém é um declarado racionalista.   Ele divide até Eros em duas formas de manifestação: o Eros espiritual e o Eros sexual.   para ele no entanto, os dois tipos de amor  ainda são um só.    Aristóteles não é criativo, é um disciplinador que classifica tudo, é um funcionário das ciências, diligente e preocupado apenas em ordenar tudo em escaninhos separados.   lamentavelmente esta cuidadosa separação levou posteriormente a uma cisão no pensamento, dualismo de pensamento.   Em consequência as ciências se dividiram em ciências naturais e ciências psíquicas, a separação que perdura até hoje.   A vida religiosa dos gregos, por exemplo, não se restringia à religião oficial de Zeus; ao lado dela existia o culto de mistérios de Elêusis.   Esta era a verdadeira religião popular.   Devemos o conhecimento sobre o culto de Elêusis ao trabalho de pesquisa do amigo e colaborador de C.G.Jung, Karl Kérenyi;     Elêusis se venerava uma Divina Trindade  Feminina, a Grande Mãe formada pela trindade Réa, Deméter e Perséfone.   O elemento masculino correspondente, simultaneamente pai, marido e filho, é o antigo deus grego Dionísio.    É o deus oculto por trás da máscara, símbolo da força vital eterna na natureza, cuja vitalidade desperta a vida no elemento feminino, fazendo-a renovar-se continuamente.    Em épocas mais remotas ainda se faziam oferendas sangrentas aos deuses; inicialmente sacrifícios humanos, e depois animais.   O culto de Elêusis, porém, não é sangrento.  Como Deméter, a Grande Mãe se apresentava com uma coroa de espigas de trigo; é ela que presenteia os homens com este cereal e com os demais alimentos; sua festa é uma espécie de Natal.    A vida é imortal e a morte é apenas um processo de transformação.   Quinhentos anos antes, os mortos iam para um reino das sombras, onde vegetavam desmemoriados para sempre; é o que escreve o poeta épico Homero.   Mnemósine é também mãe das musas, as conhecidas protetoras das artes.   Com isto chega a um segundo culto secreto, que tem certa relação com a religião de mistérios de Elêusis, o culto a Orfeu.   Christoph Willibald Gluck fez do destino de Orfeu o tema  de sua ópera Orfeu e Eurídice (Viena, 1762); nela ele conta que Orfeu empreende a viagem ao reino das sombras a fim de resgatar sua mulher, Eurídice, raptada pelo rei do mundo inferior, Hades.    O cantor Orfeu, que encantava os animais com seu canto, fazendo-os escutar fascinados, passa ileso pelo cão de guarda infernal..   Cérbero, Hades se comove com o amor de Orfeu, e libera Eurídice, contudo o cantor torna a perdê-la, pois desobedece à proibição divina de olhar para trás.   Em sentido figurado: a constante contemplação do passado transforma a vida em comum dos homens em inferno, principalmente quando o homem se fixa no passado de sua mulher por ciúme; pois a vida continua.   Na vida a dois, olhar para o futuro é mais importante do que olhar para trás.   No entanto, a versão de Gluck é da antiguidade tardia.   Na verdade, o mito de Orfeu tem um significado mais profundo.   A versão primitiva é diferente.   O destino de Orfeu é ser massacrado por um bando de mulheres obcecadas, que odeiam os homens até a morte; ninfas fanáticas dedicadas ao culto do grande Pã.   Todos esses mitos primordiais, do qual citei alguns; se baseiam nos processos de transformação da natureza e na alternativa das estações do ano.   Porém, a morte de Orfeu apresenta uma variação interessante.   As mulheres lançam seu corpo esfacelado no mar, ele não morre;; o poder criativo, o gênio da arte, confere a Orfeu a imortalidade.   Isto as mulheres , representando, no caso, o êxtase erótico, não podem destruir.   

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Carvão por Elmar Fonsêca - Parte 3


Origens da Energia Carbonífera: O calor armazenado pelo carvão provém da radiação solar.   O sol transmite energia, sob a forma de radiações, em todos os sentidos.  Os vegetais são coletores e armazenadores de energia contida nas radiações solares.   Para tal - informam os especialistas, a natureza sintetizou uma substância inigualável: a clorofila, que se encontra nas partes verdes da planta.   A clorofila realiza um processo fotoquímico, pelo qual a energia contida na luz do sol se transforma em energia química, que, por sua vez, é armazenada pela planta sob a forma de estrutura vegetal.   Mais tarde, a planta ou o carvão decorrente dela, ao queimar, restitui ao meio ambiente a energia armazenada, algumas vezes, por milhões e milhões de anos.   O carvão de pedra, sendo derivado de todas as espécies de vegetações, soterradas debaixo da crosta terrestre, suportando pressões, temperaturas, ação do calor e de bactérias, conserva e concentra, através do processo de carbonização lenta, que lhe deu origem, a maior parte da energia dos hidratos de carbono.  O carvão é energia solar concentrada e acumulada na natureza em tempos remotos  disponível para ser utilizada em qualquer época, restituindo, na ocasião da queima, a água e o anidrido carbônico captado pela clorofila na formação do vegetal que lhe deu origem há milhões de anos.

Carvão por Elmar Fonsêca, 1980 __ Parte 2

Introdução: O déficit mundial de energia vem obrigando muitos países a criarem programas e metas, do que se convencionou chamar de Fontes Alternativas de Energia.   O Brasil foi pioneiro da adoção deste modelo e o carvão seu principal instrumento de ação.   O modelo Energético Brasileiro, elaborado, com base em fontes não convencionais de energia, pelo Ministério das Minas e Energia, é o primeiro passo para a " independência energética " brasileira, possibilitando a médio prazo, a nossa auto-suficiência.   Segundo o ministro das Minas e Energia, Senador César Cals, " o país que detiver a sua independência energética ditará os seus próprios caminhos e, politicamente, pesará muito mais no concerto das nações ".   O carvão mineral, de que o Brasil precisa, se distribui em grandes reservas totalizando 21 bilhões de toneladas entre os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.   O esforço do governo Figueiredo para ampliar estas reservas e aumentar sua produção de 5 milhões de toneladas ( em 1980 ) para 27,5 milhões de toneladas (em 1985) é o resultado de uma política colegiada entre o estado e a iniciativa privada nacional, tornando o carvão a principal meta para a substituição de 170.000 barris-dia, de petróleo em 1985, o equivalente a sua economia na importação de 8,3 milhões de toneladas de petróleo..   Este livro é um sumário condensado desta proposta e um guia para as novas gerações, sobre as lutas de nosso povo, na defesa dessa riqueza energética que constitui o carvão brasileiro, pioneiro entre os alternativos.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Parte 18 (resumo do livro)

Os reis da antiguidade ainda eram os mais conscientes, os mais sábios, os fiadores da ordem tanto social quanto natural; sem eles povo algum poderia viver ou sobreviver.   Eram simultaneamente intermediários e orientadores para a vida do Além.    A aristocracia da época, formada por altos sacerdotes e magos, sob a direção do rei, fazia jus à designação.   As pirâmides deviam ter servido para outra finalidade.   Por mais que nos falem de noções religiosas e psicológicas dos egípcios, os delicados relevos entalhados nas paredes, os textos hieroglíficos vivamente coloridos e as legendas das ilustrações dos papiros nada nos dizem sobre os mágicos conhecimentos físico-tecnológicos.   Os faraós e os seus magos-sacerdotes devem ter mantido em sigilo estes assuntos.   No Egito, os mágicos fundaram no país a astrologia e uma mistica numérica, e prediziam o futuro pelos astros e davam um especial atenção aos sonhos.   Em sua grande obra, O Reino Mundial da Magia, Kurt Seligmann analisa também o culto a Ísis, que se baseia no padrão arquetípico de um princípio do bem e de um princípio do mal que disputam o mundo.   O conceito é representado no mito de Osíris, que conta como o deus da luz Osíris, irmão- esposo de Ísis, é morto e despedaçado por seu irmão Seth - a encarnação do Mal, comparável ao Satã dos judeus.   Mas Osíris ressuscita, pois sua chorosa irmã-esposa e deusa da Lua procura as partes espalhadas do corpo, recompondo-o.   Este mito faz parte igualmente da crença no mundo inferior.   Osíris passa a ser agora, também, o juiz supremo dos mortos.   Pois conhecera o Mal.    É certo que tudo isto indica uma maneira mágica de pensar, e pertence à magia.   É muito mais excitante ir à procura dos mistérios até agora inexplicados.    Eles começam com a construção das enormes pirâmides do Antigo Reino, há cerca de seis mil anos.   A maior destas pirâmides de Gizé é a do Rei Quéops.   Outra pergunta misteriosa...de que forma a bola de ouro de vinte mil quilos foi içada até o topo da pirâmide e como foi fixada no lugar...Segundo Heródoto, e também Platão, as pirâmides do Antigo Egito são bem mais antigas do que supõem nossos arqueólogos e historiadores.   As pirâmides contém tantos dados exatos surpreendentes, como o número mágico do Pi, para calcular tanto o perímetro quanto a área do círculo... no entanto a história da matemática diz que o Pi só foi descoberto e calculado pelo matemático Ludolf von Ceulen, nascido em Hildesheim, em 1596.   Resta saber de que modo os faraós e seus mágicos chegaram a estas informações cósmicas e a estes conhecimentos.   Outro mistério é a questão da iluminação.   Em ponto algum os relevos e pinturas murais no interior das pirâmides apresentavam vestígios de fuligem proveniente de rochas ou lamparinas a óleo.   Mas como é que as pessoas se orientavam sem luz artificial naquele emaranhado de corredores, vãos, câmaras e recintos... No capítulo sobre os rosa-cruzes, veremos que esta ordem secreta alega possuir lâmpadas elétricas.   Conheciam também o segredo de produção de luz fria.   A origem dos seus conhecimentos era a Sabedoria Secreta do Oriente, na qual seu legendário fundador fora iniciado.   E para que mais serviria a bola de ouro no topo da pirâmide...os mágicos egípcios conheceriam a natureza da eletricidade estática... eis uma pergunta.   Os mágicos da Antiguidade eram pesquisadores naturais experimentais.   Seus conhecimentos físicos eram bem mais amplos do que querem admitir arqueólogos e historiadores do século XX, e do século X1X.   Pois isto não enquadrava na teoria da evolução, que dominava os espíritos com seu materialismo; além disto, constituiria uma contradição à teoria do materialismo histórico.   Não devemos confundir religiosidade com as manifestações exteriores de conceitos de fé e dogmas de comunidades religiosas.   As normas religiosas fixadas por uma autoridade eclesiástica não correspondem necessariamente ao sentimento religioso. As cidades ciclópicas da América do sul nos colocam diante do mesmo problema suscitado pelas pirâmides.   Pertencem à civilização inca, destruída e aniquilada pelos espanhóis depois da redescoberta da América por Cristóvão Colombo.   A mais misteriosa das cidades é Tihuanaco, situada num planalto dos Andes bolivianos, a quatro mil metros de altura.   A famosa Porta do Sol foi talhada num único bloco de peso; é o maior monolito do mundo.   Os pesquisadores discutem até hoje sobre a data de fundação desta cidade.   Estranhamente, as ruínas deixam reconhecer o contorno de um porto.   Mas um porto a quatro mil metros de altura acima do nível do mar (pergunta), são tantas perguntas, como por exemplo: de baixo das ruínas ainda existe uma cidade subterrânea...teria a mais antiga civilização do mundo se originado nos andes...  Os toltecas erigiram pirâmides ainda mais monumentais do que a dos antigos egípcios; as pirâmides do Sol de Teotihuacan e Cholula têm o dobro do tamanho da pirâmide do faraó Queóps, que já impressiona pelas suas dimensões.   Os toltecas possuíam idênticos conhecimentos cósmicos  e as mesmas abrangentes noções astronômicas dos egípcios.   Conheciam o ano solar e tinham ainda um segundo calendário que acompanhava o ano de Vênus, com 584 dias.   Seus cálculos eram tão precisos que os seus dados sobre a translação da Terra em torno do sol conferem até a terceira casa depois da vírgula com os dos astrônomos modernos, só além disso apresentava uma variação mínima.   E novamente surge a questão: como é que os magos-sacerdotes das Américas antigas conseguiam fazer cálculos tão exatos sem telescópios ou outros recursos astrofísicos auxiliares...  O Livro As Antigas Culturas do Novo Mundo, do pesquisador viajante Hans Helfritz, oferece um panorama amplo e interessante sobre estas civilizações antigas.   Também ele, após suas pesquisas, conclui que Tihuanaco deve ter de dez mil a doze mil anos de existência ou talvez até dezoito mil .   Tihuanaco seria então o mais antigo centro de cultura do nosso planeta.   O que poderia significar que os povos do leste do Mediterrâneo, os sumérios, babilônios, egípcios e provavelmente também os primeiros habitantes da Índia, china e Tibete teriam obtido em Tihuanaco os conhecimentos mágicos que lhes permitiriam alcançar elevado nível cultural, e não vice-versa.   Ou então a magia corresponde a um plano divino de criação, e integra o plano da evolução do consciente humano.   Sob este ponto de vista, geografia e local dos inícios da civilização deveriam ser negligenciados.   Todas as pessoas, em qualquer lugar, deviam ter tido acesso a um campo geral de informações espirituais, uma dimensão suprapessoal do consciente.   Porém, isto não esclarece por que povos nômades e primitivos estacionaram em parte até o presente no estágio de desenvolvimento da Idade da Pedra.  Também continua misteriosa e sem resposta a questão de saber por que a evolução do consciente dos povos ocidentais se processou num rumo diferente do das populações do longínquo Oriente e do continente americano.   Divergência iniciada há pelo menos 2.500 anos.   Voltaremos a este assunto no capítulo seguinte.

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Parte 17


No Egito Antigo inicia-se a construção das imensas pirâmides que despertam admiração até hoje.   Estamos habituados a ver nas pirâmides o resultado de um gigantesco culto totêmico; porém, esta noção precisa ser revista: não se trata de um culto totêmico, mas de um culto do além, talvez bastante exagerado.   Só que o culto se destinava aos vivos; os conhecimentos criativos são agora extraídos do Cosmo.  No entanto, há seis mil anos apenas o faraó possuía um Ka imortal.   Ele personifica simbolicamente a imortalidade do seu povo.   Era igualmente o faraó que dispunha de uma sabedoria intuitiva e criadora.  E isto é uma sabedoria mágica.    Ainda não se sabe como os egípcios conseguiram construir as pirâmides.   O escritor francês René Alleau escreve: No túmulo do Rei Quéfren, o egiptólogo Moret encontrou um bloco de pedra pesando 470 toneladas.   Estes enormes blocos, dos quais alguns chegavam a medir dez metros de comprimento, eram unidos sem argamassa, com tal precisão que nem com a lâmina de um canivete se pode detectar alguma fresta.   Para a grande obra do Rei Quéops, foi preciso trazer mais de seis milhões de toneladas de material.   Como teria sido possível essa proeza... sem guindastes modernos e sem os possantes veículos de carga da atualidade...  A explicação usual é que uma legião de escravos teria talhado as pedras nas montanhas árabes, arrastando-as por sobre troncos de árvores, que faziam as vezes de rodízios, até o local de construção da pirâmide.   Lá, os blocos eram içados em planos inclinados de areia.  A tese é inconsciente, pois sob o peso de centenas de toneladas, troncos de árvore se desfazem como palha.   E como prender três mil cordas num bloco pesando 470 toneladas... pois seria este o número de escravos necessários para puxar o bloco de pedra.   Aliás, esta repetitiva explicação vendo sendo apresentada há cerca de 2.500 anos.   Seu autor é o grego Heródoto (490-425 a.C), cognominado Pai da História.   Talvez fosse mais acertado ver nas pirâmides não apenas túmulos, mas imensas centrais mágicas e psíquicas de energia.   Mas antes de falar sobre isso, há algumas breves observações sobre o conceito de alma dos antigos egípcios.   Inicialmente somente o faraó possuía um Ka, um corpo espiritual como depositário de poder mental e força vital, isto permite concluir que, como os xamãs primitivos, ele representava o cérebro governante central.   Seus súditos eram uma espécie de apêndices espirituais coletivos do rei-deus, pois ainda não possuíam um consciente próprio muito evoluído.   Todavia, um ou outro indivíduo isolado se destacava dos demais, devido talvez à sua ascendência - legítima ou ilegítima.   O Faraó já delegava parte das suas atribuições a altos sacerdotes e magos.   Estes constituem um grupo de cientistas.  Pois, o termo mago, oriundo do persa, significa exatamente isto: cientista.   Em meados do século três antes de Cristo aparece o conceito de Ba.   Ba é a alma.   É algo incorpóreo, luminoso.   O hieróglifo para representar Ba é uma chaminha estrelada ou simplesmente uma estrela.   Portanto a estrela é uma força ou poder oriundo das estrelas e que retorna ao Cosmo após a morte, como uma ave migrante.   O Cosmo é Ba total, a alma total.   Assim como Cosmo, também Ba é imortal.   Havia também um Ka cósmico, é o Sol, o divino pai do faraó.   Assim como o Sol extraía sua força tonificante da universidade do Cosmo, do Ba-total, também o poder Ka do homem provém de seu Ba, e com isto do Universo.   O hieróglifo para Ka é um braço duplo, símbolo da força criativa, tanto física quanto mental.   Outro símbolo usado para Ka é o touro, o que se enquadra nos conceitos astrológicos, pois no período compreendido entre seis mil e quatro mil anos, o calendário estava na era do signo de touro.   Os antigos egípcios acreditavam que Ba, metade homem-metade falcão, era a alma humana, .   Este símbolo foi largamente utilizado na decoração de túmulos egípcios.   Repentinamente, mais ou menos no ano 2100 antes de Cristo, também os mortais comuns possuíam um Ba, isto é, uma alma imortal.    O faraó não é mais um deus vivo como antes, a personificação do deus-Sol sob figura humana.   Passa a ser agora o filho humano do divino pai Sol.   Tudo isto ocorre simultaneamente com a transição do Antigo para o Médio Reino, com a passagem do equinócio da primavera do signo de Touro para o signo de Áries.   Verifica-se um novo avanço do consciente, e em consequência nova revolução cultural.   Estes acontecimentos são conhecidos por meio de um antigo papiro daquela época.   É o papiro hierático, guardado em Berlim.   Relata o diálogo de um cansado da vida com seu Ba.   Como motivo da sua depressão, o autor menciona a tremenda confusão e as consequências da revolução cultural: aumento da criminalidade, disseminação do terror, roubos e assassinatos.   Deve ter sido uma espécie de revolução socialista.   Os abastados são despojados dos seus bens e os escravos passam ser senhores,.   O que torna este papiro tão interessante, é o fato de que a decifração do texto possibilitou a compreensão das mil sentenças hieroglíficas, assim como dos hinos da pirâmide de Unas, e também textos de pirâmides ainda mais antigos da época do Antigo Reino, pelo menos até onde os textos se referiam a noções sobre alma e mente.   Este papiro forneceu, por assim dizer, o código para a compreensão da antiga cultura egípcia e para o desenvolvimento do consciente dos homens da época.   Lamentavelmente, nem este texto e nem os mais antigos decifrados com sua ajuda contém indicações sobre as práticas mágicas que poderiam esclarecer uma série de detalhes técnicos obscuros ou incompreensíveis.   Todavia, alguns pontos são claros: os egípcios já se diferenciavam do xamanismo, pois faziam distinção entre alma e mente.   O corpo embalsamado do defunto ficava numa sepultura, sob a forma de múmia.   Sem dúvida  os egípcios sabiam que as múmias eram objetos mortos e que não retornavam espontaneamente à vida; e também que a estátua de Ka, que se assemelhava ao morto, era apenas uma efígie.   Mas para assegurar a sobrevivência da substância espiritual do morto, e com isto de sua personalidade, eles imaginaram um truque mágico.   Construíram uma passagem entre a câmara do Ka e a câmara mortuária da múmia; por ela Ba poderia esvoaçar de uma para outra, como um pássaro invisível, a fim de estabelecer e manter a unidade entre corpo e alma rompida pela morte.   Portanto colocava-se também na sepultura alimentos, bebidas e os pertences pessoais do falecido.   O faraó recebia equipamento realmente principesco.   Sua câmara mortuária continha também mobiliário requintado, carros ou barcos, boa quantidade de servos, tesouros.   Estes rituais de culto mágicos não são, aliás, peculiares à antiga civilização egípcia; conforme provam descobertas de muitas sepulturas reais, este tipo de aprovisionamento completo para a vida após a morte era usual também na Ásia Menor, na Pérsia, na antiga China, nas Américas Central e do Sul, assim como antigos germânicos e Celtas.