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quarta-feira, 19 de abril de 2017

O Livro de Ouro das Ciências Ocultas __ Feitiçaria, Magia Popular, Bruxaria e o Mágico Símbolo da Cruz __ O Conceito Cristão de Alma. Parte 22

A perseguição oficial da magia no Império Romano começa já no século 2 antes de Cristo.   Em 139, começou-se por expulsar os magos caldeus de Roma.   No entanto eles sempre voltaram, ilegalmente, pois a polícia ainda não dispunha de computadores com terminais em cada posto de fronteira... Nem existiam passaportes com retrato à prova de falsificação.   Também sob o reinado do Imperador Augusto, que viveu de 63 antes de Cristo a 14 depois de Cristo, os magos e astrólogos caldeus eram mal vistos.;  menos pela periculosidade dos seus elixires de vida e filtros de amor secretos, e por comercializá-los, mas por terem sua própria religião, venerando deuses ignotos em vez de adorar os deuses da religião oficial romana.   Isto poderia levar a formação de seitas secretas e tornar-se um perigo para o Estado.   Por outro lado, o imperador percebeu  que não conseguiria resultado algum com a pena de exílio.  Portanto proibiu a posse de livros mágicos.   As buscas domiciliares efetuadas resultaram na apreensão de dois mil livros caldeus, que foram sumariamente incinerados.   Desta forma, o imperador aniquilou um acervo de conhecimentos acumulado durante séculos; representou sem dúvida uma perda insubstituível para os magos.   No entanto, a incineração destes livros provocou um efeito exatamente oposto ao planejado.  Já foi mencionado que a religião oficial, com seus deuses copiadores dos gregos, e rebatizados com outros nomes, caíra ao nível de um culto do presente, desprovido de conteúdo.   Ninguém acreditava mais naqueles deuses.   Todavia, povo algum consegue subsistir por muito tempo sem religião; uma religião que lhe ofereça padrões para orientação espiritual e resposta para a velha pergunta enraizada na mente humana: o sentido da vida.   O Império Romano estava passando por uma crise cultural.   Por toda a parte no império ocorriam revoltas de escravos.   Nem o imperador, nem seus ministros burocratas estavam em condições de reconhecer os sintomas de um processo coletivo de transformação espiritual.   Esta incompreensão pode ter sido o início ou o ponto de partida para a subsequente decadência e queda do Império Romano mundial.   As consequências desta situação crítica foram justamente as que o Imperador Augusto tentara evitar.   Criaram-se inúmeras seitas e sociedades secretas, adeptas de conceitos e doutrinas religiosas trazidas pelos magos das províncias romanas da Ásia Menor.   Vieram inclusive para a Roma os discípulos de um pregador judeu itinerante, chamado JESUS de NAZARÉ, proclamando uma nova religião, a doutrina de um homem que se intitulava filho do único deus verdadeiro, e que preconizava o amor ao próximo, e que seus conterrâneos, os judeus, tinham condenado por isso à dolorosa morte na cruz.   Em escassos trezentos anos, o cristianismo foi elevado a religião oficial pelo Imperador Constantino.  A vitória desta nova religião foi tão completa que ela passou a ser a predominante em todo o mundo ocidental.   Ainda hoje, no final do segundo milênio após o nascimento do seu fundador, ano considerado marco zero para a cristandade, continua a ser uma religião mundial, abrangendo toda a face da Terra.   A explicação sociológica, frequentemente apresentada, não satisfaz; é verdade que a doutrina se espalhou inicialmente entre escravos revoltados e entre cidadãos desprovidos de bens e de direitos.   No entanto, é uma interpretação simplista demais.  A magia nos ajuda a compreender melhor o fenômeno.   Os apóstolos proclamavam acerca seu Deus, ou do filho de Deus descido à Terra e tornado homem.   Milagres e mais milagres!!   Aquele Jesus, ou Cristo, e que em grego significa ungido.   Ele transformara água em vinho.   Multiplicara magicamente pães e peixes, andara sob as águas sem afundar, curara coxos e fizera cegos enxergar, fizera até mortos retornar à vida.   E por fim, ele mesmo retornara à vida depois de morrer.   Nenhum mágico romano tinha conseguido praticar tantas proezas milagrosas.   Mas também esta explicação não satisfaz totalmente.   Para Cristo, toda pessoa tinha alma, até escravos e mulheres.   A idéia de que toda a pessoa tem alma própria, racional e imortal é a noção contagiante que explica a irresistível ascensão do cristianismo.   A alma passa a ser fator de poder.   Todavia alguns Pais da Igreja, como Tertuliano e Orígines, tentaram restringir novamente a igualdade proclamada por Cristo.   Também é de supor que os antigos cristãos conhecessem práticas secretas dos mágicos xamanistas, isto os auxiliava a suportar as torturas a que eram submetidos durantes as perseguições, principalmente no governo do Imperador Nero.   Eram forçados a lutar  contra feras selvagens nos espetáculos circenses, ou atados a estacas, untados com alcatrão e transformados em tochas vivas.   Outros eram colocados sobre grelhas em brasas, cozidos em óleo fervente, e mais suplícios desumanos deste gênero.   Em tais situações de emergência, sem dúvida se valiam dos conhecimentos dos curandeiros, como a capacidade de não sentir dor ao andar sobre brasas ou a de secar lençóis enregelados com a técnica do calor mágico.   No entanto, também a fé inquebrantável é capaz de desencadear uma anestesia psicogênica, isto é, de origem psíquica.  A noção de uma alma etérea é rejeitada posteriormente pelas autoridades eclesiásticas.   O santo padre Aurélio Augustino endossa a doutrina dualista de Aristóteles, isto é, a alma orgânica animal e a alma espiritual; o Eros do amor terreno e o eros do amor celestial.   Adapta estas teorias à doutrina cristã.   Só que transforma os conceitos baseados nas ciências naturais em conceitos moral-teológicos.   O cristianismo endossa igualmente a noção dos dois poderes do bem e do mal encontrada em todas as religiões pré-cristãs.   São os irmãos inimigos Seth e Osíris dos egípcios, as naturezas antagônicas de Iavé e Malèk-Iavé, que depois se torna o filho de Deus.   Satã para os judeus - o deus da luz Ormuzd (o bem) e seu oponente Ahriman (o mal), na antiga religião persa de Zaratrusta.   Entre os cristãos, isto levou à conhecida divisão do mundo em três setores: céu, inferno e a Terra entre eles.   No mundo celeste superior; o reino de Deus, muito acima das nuvens e das estrelas, são recebidas as almas dos bons após a morte.    Mesmo que as almas não tenham consistência material, o céu - também denominado Paraíso - é concebido de forma material.   O inferno, como mundo inferior, debaixo do solo, é o reino do filho caído de Deus, o arcanjo Lúcifer.   Príncipe das trevas.

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