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Vou por onde a arte me levar.
sábado, 17 de dezembro de 2016
O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Friedrich W. Doucet, Magia, Alquimia, Ocultismo - Parte 4
Quando as pesquisas dos últimos séculos, ou até milênios, eram realizadas no singelo labor, os cientistas ficavam restritos aos recursos técnicos disponíveis em sua época. Todavia ainda nos surpreendemos ao constatar o quanto estes pesquisadores eram inventivos e como eram extensos seus conhecimentos técnicos. O consciente humano evoluiu um tanto LENTAMENTE em sua capacidade de absorver conhecimentos; portanto os pesquisadores em ciências ocultas muitas vezes se viam tolhidos em sua atividade, conforme a época em que viveram. Se fizermos uma retrospectiva comparando entre o estágio atual das ciências oficialmente reconhecidas e as ciências ocultas, até as suas origens históricas, seremos surpreendidos com a revelação de um inesperado segredo: A HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS OCULTAS É SIMULTANEAMENTE UMA HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO CONSCIENTE HUMANO. Esta afirmação porém, pede uma explicação mais detalhada. Pois nessa incursão ao passado, de certa forma uma expedição arqueológica para exumação dos segredos da humanidade, constataremos ainda alguns fatos peculiares. Ora toparemos com noções que nos parecem infantis e ingênuas, e o primeiro impulso é considerá-las superstição primitiva, tolices ou até pura idiotice. Por outro lado, encontraremos provas de aprofundado conhecimento psíquico, o que revela um consciente inacreditavelmente desenvolvido. Nem mesmo psicólogos atuais com formação acadêmica conseguiram igualar o nível de tais conhecimentos, a despeito de testes especializados feitos em grande escala. Algumas das psicotécnicas derivadas dos citados conhecimentos nos parecerão surpreendentemente familiares. São usadas atualmente na psicoterapia e na medicina psicossomática para tratamento das DOENÇAS MENTAIS. Aliás, sem que seu modo de agir tenha sido pesquisado a fundo. No entanto esses conhecimentos psicológicos para tratamento psiquiátrico tem dois, três ou até quatro mil anos de idade. Até médicos da Idade Média, a chamada Idade das Trevas, estavam a par deles. Por exemplo, no campo da matemática e da física, consultadas por cientistas atômicos atuais a fim de desvendar certos segredos da natureza no âmbito subatômico. Também esses cientistas, cuja genialidade perdurou pelo tempo afora, exerceram suas atividades há séculos, ou até há milênios. Portanto, em nossa viagem pelo tempo às origens das ciências ocultas, e dali, por etapas, de volta à atualidade, encontraremos um curioso PARALELO DE CONCEITOS; alguns nos parecerão errôneos, outros simplesmente inacreditáveis. Mas também descobriremos em olvidados templos de antiquíssimas escolas de sábios, e nos arruinados laboratórios de alquimistas tanto orientais quanto ocidentais, toda uma série de teorias científicas e padrões de pensamento, calcados numa capacidade de observação incrivelmente apurada. Assim como interminável paciência na realização de trabalhosas e demoradas experiências. Aliás, neste contexto ainda há tesouros de conhecimentos a descobrir e explorar. Permanecem ocultos porque os manuscritos ou livros nos quais foram registrados usam um tipo de escrita pictográfica, baseada em símbolos estranhos e incompreensíveis; o código secreto necessário para decifrá-la foi extraviado. Só para dar uma exemplo: sabia que A MAIS IMPORTANTE DESCOBERTA DO SÉCULO XX, A FISSÃO NUCLEAR _ COM SEUS DOIS FRUTOS TECNOLÓGICOS RADICALMENTE OPOSTOS, A BOMBA ATÔMICA E AS CENTRAIS NUCLEARES _ SE BASEIA NUMA REAÇÃO ALQUÍMICA (pergunta). Tal constatação não é minha, mas sim de um dos pioneiros da MODERNA FÍSICA NUCLEAR, o portador do prêmio Nobel Erwin Schrodinger. Numa conferência intitulada O Espírito das Ciências Naturais, por ocasião de um congresso realizado pela Associação ERANOS, ele dá crédito à ALQUIMIA, pois ocorre realmente uma transformação de elementos. Mas, como diz mais adiante em seu discurso, no qual CRITICA O MATERIALISMO NAS CIÊNCIAS NATURAIS, e o EGOÍSMO MATERIAL em vez do ideal daí decorrente, sua referência à alquimia tem ainda outro motivo. Para os VERDADEIROS ALQUIMISTAS, a pesquisa NÃO podia dissociar-se da ÉTICA e da MORAL. E um dos motivos para conservarem em sigilo suas descobertas era o RECEIO DE DE VÊ-LAS CAIR EM MÃOS DE REGENTES ou DONOS DO PODER e TEREM SUA APLICAÇÃO DESVIRTUADA. Todavia nada disto costuma ser mencionado em obras sobre as ciências ocultas, muitas delas em diversos volumes. Na maioria dos casos trata-se de reedições de livros antigos. Além disso temos antologias, ou seja, coletâneas de textos escolhidos de diversos autores e épocas; parte deles ainda é do século passado. Versam principalmente sobre casos de forças estranhas ou sobrenaturais, sobre acontecimentos que contrariam as leis naturais habituais, enfim, sobre MILAGRES. Portanto, o rótulo de Ciências Ocultas cobre uma série de setores diversos, que são comentados em bloco, sem distinguir origem e significação dos diversos fenômenos. Há sessenta anos foi publicada uma série de artigos denominada CIÊNCIAS SECRETAS. SECRETO já é um termo atraente por si só, despertando interesse de imediato, quase que inconscientemente . As manchetes dos artigos, caprichosamente desenhadas em ornamentadas LETRAS GÓTICAS certamente incentivavam o desejo de participar daqueles segredos. Nos subtítulos detalhava-se o conteúdo: Uma coleção de antigos e modernos textos raros sobre astrologia, magia, Cabala, maçonaria, Rosa-cruzes, bruxaria, demonologia, etc. Editado por A.v.d Linden. A programação total, certamente implícita no etc, abrange ainda outros temas similares, como a teurgia, por exemplo, ou seja, COMO OBRAR MILAGRES COM A AJUDA DE DEUS, DOS ESPÍRITOS PLANETÁRIOS, DOS DEUSES DA LUZ e dos ESPÍRITOS ANGÉLICOS, e a NECROMANCIA, ou a ARTE DE CONJURAR OS MORTOS. E através deles, depois de convocadas as almas dos falecidos, obter informações sobre o futuro. Ou então saber detalhes de fatos do passado, esclarecer algum acontecimento obscuro, desvendar segredos que não poderiam ser revelados de outra maneira. Os artigos abordam ainda o sonambulismo, a hipnose, a quiromancia, e a vidência em bola de cristal. Esta última é também uma maneira de predizer fatos e acontecimentos, pois afirma-se que na bola de cristal surgem, como numa tela de TV, imagens de locais distantes ou épocas remotas. Citam por alto as varinhas de condão e a hidromancia. Esta tem duas versões: fazer predições com água mágica devidamente preparada; e a prova d'água, o questionável julgamento de Deus nos antigos processos contra as bruxas. Para encerrar, falam das variadas artes encantatórias e fórmulas de conjuramento em povos primitivos. Enfim, o programa daquela série de artigos abrangia tudo o que então-e em grande parte ainda hoje - NÃO é considerado ciência. Pelo contrário, para a ciência oficial, ensinada nas universidades e instituições de pesquisa, tais conhecimentos não passam de vulgar superstição. Em outra obra, mais recente, a lista foi completada com estudos sobre a medicina antiga, medieval, e exotérica, inclusive as plantas medicinais e outros produtos farmacêuticos obtidos da natureza, desde que apresentassem efeitos mágicos. Há ainda comentários sobre o estudo do caráter na Idade Média e sobre a interpretação de SONHOS. Também não deixou de ser incluído um capítulo sobre milagres bíblicos e sobre legendas de santos.
_O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Friedrich W. Doucet, Magia, Alquimia, Ocultismo - Parte 3
Muitas vezes as circunstâncias exigem que certos conhecimentos sejam mantidos sob sigilo. É usual ver governos e sua equipe de ministros burocráticos colocar o rótulo de secreto a uma série de deliberações. Entre elas, naturalmente, também resultados de pesquisas científicas de interesse militar. A indústria guarda segredo sobre aperfeiçoamentos técnicos e sobre processos de industrialização importantes. Nestes casos, o sigilo é essencial para a preservação de interesses, quer de natureza geral, quer de natureza privada. No primeiro caso, visa à segurança do Estado ou da economia, assegura a manutenção da competitividade, a garantia de empregos, etc. No segundo caso, o objetivo é resguardar a privacidade do cidadão, em geral por razões de auto-afirmação e autopreservação. Todos esses segredos, quer sejam segredos de Estado, ou algum segredo pessoal cuidadosamente guardado, tem algo em comum. O fato oculto é conhecido por alguém, seja ele funcionário público ou cidadão privado. No caso das ciências ocultas, porém, cultivadas pelos mais destacados cientistas ocidentais há pelo menos 2.500 anos, a questão é outra. Esses pesquisadores não se preocupavam em manter sigilo; eles queriam desvendar segredos. O que impelia tais homens à busca de conhecimentos era a ânsia de compreender. O objeto de suas pesquisas era o mistério da existência do mundo, do homem e da natureza. Não se contentavam em explorar o meio ambiente, desvendar regiões selvagens, descobrir plantas e animais desconhecidos ou observar o firmamento estrelado acima de suas cabeças e depois descrever tudo isto. Claro, faziam isto também. Na exploração do meio ambiente os cientistas de épocas passadas eram sem dúvida arrojados observadores da natureza, conforme prova a longa viagem do sábio romano Plínio. Conforme relata em seu livro, ele circunavegou toda a África, visitou a Índia, a China e subiu pelo mar entre a Coréia e o Japão até o litoral pacífico da Sibéria. Para aquela época foi uma aventura realmente notável. No entanto, observar a natureza e realizar arrojadas expedições exploratórias são atividades classificadas sob a rubrica ciências gerais. A despeito de os monges de Glastonbury terem guardado o manuscrito a sete chaves, como assunto secreto, é verdade que o texto fala muito em feitiçaria e bruxaria, e em entes que aos olhos dos cristãos eram mais criações diabólicas do que divinas. Mas se interpretarmos corretamente o conceito ciências ocultas, ele não se refere à observação e descrição da natureza quanto à aparência externa de seus componentes, ou seja, o lado de fora,; muito pelo contrário, ele se esforça por pesquisar a essência interna das coisas. Trata-se de desvendar o segredo da coesão mais íntima do Universo. Trata-se de resolver o mistério das relações ocultas entre Cosmo, meio ambiente e homem, mistério este cuja essência o homem entrevê sob inúmeras manifestações, e às vezes em estranhas e perturbadoras ocorrências. No entanto, o mistério apenas se deixa entrever, sem revelar. Nas ciências ocultas e em sua ávida busca de conhecimentos, o primeiro plano é ocupado pelo mistério homem. O homem não continua sendo até hoje o mais desconhecido dos seres vivos (pergunta). A despeito do enorme avanço das ciências no século XX. Apesar do crescimento quase explosivo dos conhecimentos em ciências naturais e das novas invenções tecnológicas no decorrer dos últimos cinquenta anos - uma multiplicação de informações científicas jamais ocorrida na história da humanidade! E no entanto, o homem não continua sendo um mistério para si mesmo (pergunta). O que ou como é a alma do homem realmente (pergunta). O que é o espírito em sua essência mais profunda, e qual seu significado ulterior (pergunta). Não é em vão que Ludwig von Bertalanffy, professor universitário em Viena, Nova Iorque, Otawa, e especialista em biológica básica, biofísica e psicologia do comportamento, intitulou um de seus livros: ...mas do homem nada se sabe! É uma obra pouco divulgada, porém meritória, que analisa criticamente a psicologia e sua posição no mundo moderno. O que caracteriza realmente as ciências ocultas é a pesquisa básica para conhecimento do espírito e da alma, sua essência e maneira de agir tanto no homem quanto na natureza inteira. Uma pesquisa básica que via compreender as misteriosas, porém, onipresentes forças espirituais e energias psíquicas, a fim de aproveitar suas possibilidades latentes. Naturalmente esta pesquisa não pode ser comparada com a atividade científica dos amplos laboratórios das universidades atuais, ou de modernos institutos de pesquisa, equipados com sofisticada tecnologia.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
_ O Livro de Ouro das Ciências Ocultas _ Friedrich W. Doucet, Magia, Alquimia, Ocultismo _ Parte 2 - resumo
A História Natural citada trata também de plantas mágicas e diabólicas; atribui-lhes ora o caráter vegetal, ora animal. Diz que tem o poder de transformar o homem, conferindo-lhe até forças extraordinárias quando ingeridas como medicamento. Antigas lendas sobre o lobisomem e guerreiros invencíveis repisam o mesmo tema. Será uma alusão velada à atual onda de consumo de drogas, disfarçada sob a forma de um moderno conto de fadas (pergunta). Ou a História Natural de que falo é um livro de ficção científica (pergunta). Pois as aparições ocasionalmente vistas no céu sob a forma de dragões cuspidores de fogo fazem lembrar os misteriosos OVNIs, objeto de tanta polêmica científica. Consultemos uma revista de futurologia, que se dedica à discussão de ufologia e astronáutica, além de parapsicologia e outros temas à margem da ciência oficial. Trata-se do Magazin 2000, número de janeiro de 1980. OVNIs há séculos, diz a manchete de um artigo de várias páginas. Nele é explicado que os dragões voadores chineses, e as serpentes celestes emplumadas da mitologia de outros povos, eram naves-mães de OVNs. Diz o mesmo artigo que o deus-Sol Quetzalcoartl dos astecas, que juntamente com os maias foram os primitivos habitantes da América Central, seria um astronauta de um planeta distante. Quetzacoatl era considerado filho da divina mulher da Lua, e representado sob a forma de serpente. O redator do artigo chega a uma conclusão sensacional: o fenômeno dos OVNIs é tão antigo quanto a humanidade. Os OVNIs nos observam há milênios! Esta tese porém não é tão sensacional assim, corresponde à teoria defendida há cerca de uma década pelo renomado escritor suíço Erich von Daniken. Aliás, o autor do artigo mencionado não deixa de se referir a Daniken. Antes dele, já o escritor francês Robert Charroux tecera considerações semelhantes sobre o assunto em seu livro Passado fantástico-a história desconhecida do homem nos últimos cem mil anos. Também outros autores abordaram também o tema. Mas seria possível que naves-mães extraterrestres descrevessem há milênios órbitas em torno da Terra (pergunta). Assim como uma espécie de observadores celestes, sempre prontos para intervir caso algum dia a humanidade precise ser resguardada de si mesma (pergunta). Quando os homens, no sinistro papel de aprendizes de feiticeiro, já não conseguirem conter a ameaça de auto-destruição (pergunta). Todavia, se assim fosse, tais extraterrestres precisariam possuir o segredo da invisibilidade. Pois até hoje não foram detectadas, nem pelos argutos olhos dos satélites, nem pelas estações de radar, formações de OVNIs orbitando em volta do nosso planeta. Ou estas suposições não passariam de mera projeção do inconsciente (pergunta). De projeção de uma imagem representativa de um espírito criador invisível, inerente ao Universo, imagem esta radicada na mente humana desde os primórdios da civilização (pergunta). Ou talvez a noção de uma consciência onipresente e onipotente, infinitamente superior ao homem, criadora do Cosmo, do planeta Terra, de todos os seres vivos nela existentes, inclusive o homem (pergunta). A imagem que descrevi, e que dormita no inconsciente do ser humano é uma imagem divina. Porém, ela tem de ser projetada para o meio ambiente, e depois refletida para o consciente; só então a imagem toma a forma correspondente aos conceitos de mundo e de vida vigente no momento. Em outras palavras, a imagem de Deus muda com o decorrer do tempo, adaptando-se à filosofia de vida da época e à maneira de interpretar os fenômenos naturais. Atualmente a supremacia está com o materialismo. Em outras eras, acreditava-se em potências divinas ou celestiais preocupadas com a humanidade. Sempre era possível implorar sua proteção por meio de orações e sacrifícios. A ciência de hoje acabou com as potências espirituais, fornecendo explicações objetivas para tudo. No entanto, elas ressurgem agora sob a forma de OVNIs. Estes estão de acordo com a atualidade. São coisas materiais, criações tecnológicas. Seus construtores porém, são muitos mais avançados do que os terrestres. Portanto, continuariam sendo uma espécie de deuses planetários ou cósmicos. De qualquer modo seriam, sob o nosso ponto de vista, super-homens. Mas o que seria aquele dragão cuspidor de fogo citado pelo autor da História Natural de que venho falando (pergunta). O autor diz que ele mora no alto das montanhas, a despeito de ser originário dos céus. Portanto o seu habitat seria o cosmo. Bem, este livro já tem quase dois mil anos de idade. Seu autor é Plínio Secundus, um sábio universal romano, que viveu entre 23 e 79 da era cristã, portanto no primeiro século do nosso calendário. Seu livro é o fruto de uma arriscada e aventurosa expedição de pesquisa pelo mundo da época, durante três anos. É dedicado ao Imperador Vespasiano (69-79 d.C), a quem Plínio servia como assistente científico. De acordo com sua Introdução, o texto usado pela autora provinha da biblioteca secreta do Convento de Glastonbury, que sempre fora objeto do maior sigilo por parte dos monges. Aliás, no mesmo local, teria se encontrado a lendária Corte do Rei Artur, com seus Cavaleiros da Távola Redonda, segundo relatam alguns autores do início da Idade Média. Consta que nesta biblioteca teriam existido até raros escritos dos druidas, os misteriosos médicos-sacerdotes da era pré-cristã, a quem se atribuíam secretos e mágicos conhecimentos naturais. Esses textos registravam a sabedoria oculta da alquimia pré-histórica, a criação do mundo e a verdadeira origem do cristianismo. Depois da destruição do convento e da execução do último abade, em 1539, um monge sobrevivente confiou os preciosos livros secretos a uma família nobre de Sommerser. Os membros desta família assumiram solenemente o juramento de guardar sigilo sobre os documentos, mantendo-os secretos até surgir a ocasião propícia de divulgá-los. Esta ocasião deve ter se apresentado agora, cerca de 440 anos mais tarde; caso contrário, de que maneira Una Woodruff teria obtido acesso ao antiquíssimo manuscrito intitulado Inventorum Natura, de Plínio (pergunta) No século XV11, e principalmente no século XV111 (dezoito), tal cláusula servia também para atrair novos membros para determinadas sociedades secretas. O mesmo ocorre na atualidade. Muitas vezes o argumento de que a ocasião é propícia, ou de que os tempos estão maduros, conforme reza uma formulação diferente, é usado por redatores de artigos exotéricos. A palavra é derivada do termo grego esoteros, que significa por dentro, latente, ou seja, algo oculto, secreto. Todavia, todas as épocas e todos os povos possuíam conhecimentos secretos quanto à essência da natureza e do homem. De certa maneira, as ciências ocultas são tão antigas quanto a humanidade. É a partir delas que se desenvolveram as ciências tal como nós as conhecemos hoje e a pesquisa científica sob todos os aspectos.
O Livro de Ouro das Ciências Ocultas - Friedrich W. Doucet, Magia, Alquimia, Ocultismo - Parte 1
Desde sempre o homem pergunta sobre sua origem, procurando nos mistérios da natureza e do Universo explicações para o seu próprio mistério: o da existência humana, ( resumo ). O Homem e o Mistério, Introdução. Nosso mundo está repleto de mistérios e maravilhas. O livro foi publicado na Inglaterra, em 1979 e fala de árvores africanas que produzem frutos dourados, contendo autênticos cristais de ouro. Nele são mencionados basiliscos sob a forma de sapos gigantes, ou monstruosas serpentes marinhas, cujo olhar hipnótico transfixa e imobiliza de imediato o observador. O ser que surge esporadicamente nos noticiários como o Mistério de Loch Ness, na Escócia, carinhosamente apelidado de Nessie pelos jornalistas, é retratado no livro como a Hidra. Possui nove cabeças, e as nove bocarras correspondentes exibem aguçados dentes de animal de rapina. Segundo o citado livro, nas Montanhas da Lua, no Sul da África, vivem homens com um só olho no meio da testa. Trata-se de um olho real, e não de um olho mental e invisível, oculto debaixo da testa, conforme pregam mestres hindus do esoterismo tântrico, os gurus adeptos de ciências ocultas orientais. Fala ainda de borboletas que nascem de flores, e sobre aves vegetais, avistadas na Índia. Relata a existência na China de um ser híbrido entre planta e animal, o barometz, totalmente inofensivo, não é mais do que uma espécie de cordeirinho nascido de uma samambaia. Esta mutação de vida vegetativa para a vida autônoma e mais inteligente faz pensar no terrível Alien. O misterioso e assustador alienígena invade a as telas do cinema. Alien, que significa em inglês estranho, passou a ser após o filme o intimidante desconhecido, uma ameaça para o futuro da humanidade. De início, a despeito a impressionante caracterização de Alien, obra do surrealista suíço H.R. Giger, ele parece um parasita inofensivo; porém, no decorrer de suas metamorfoses, ele se infiltra no aço e no plástico de todo equipamento da nave espacial. Por assim dizer, ele confere a à obra que a tecnologia humana criou com matéria inerte. Como fábula futurística, esse filme contém, como todas as fábulas, uma atualíssima lição para o presente. Refiro-me à situação de aprendiz de feiticeiro descrito por Goethe em sua obra do mesmo nome. Nada poderia ser mais inoportuno numa época em que tanto se fala em movimentos alternativos. Assim como o aprendiz de feiticeiro põe a seu serviço as forças da natureza, mediante a palavra mágica subtraída a seu mestre, nossos cientistas também exploraram aparentemente até a última fronteira os segredos da natureza. Ela foi subjugada, transformada e desnaturada para satisfazer interesses egoístas. Foram encontradas maneiras de explorar as mais íntimas e inesgotáveis forças da matéria, métodos para conceber vida artificialmente, para conquistar o Universo. Porém continua sendo mistério o sentido oculto por trás disso tudo. A palavra mágica capaz de deter a ameaçadora escalada de uma tecnologia cada vez mais autônoma, e de conter a desenfreada capacidade inventiva do homem foi olvidada. Nossos cientistas são como o aprendiz de feiticeiro de Goethe _ não pensaram nas consequências, e esqueceram a fórmula necessária para retomar o controle das forças naturais que desencadearam. O aprendiz de feiticeiro foi salvo por seu mestre. Quem, ou o que, virá em nosso auxílio com a fórmula redentora... Voltando a História Natural anteriormente mencionada. Admiro-me com os homens de orelhas enormes, distendidas como telas de radar, capazes de captar todo e qualquer som. Viviam nas pequenas ilhas do litoral do mar do norte. Poderiam ser resultado de alguma moderna experiência secreta em genética ou química molecular (pergunta). No eterno gelo do Círculo Polar Ártico, o autor diz ter visto um hipogrifo, mistura de cavalo e grifo. E seres humanos dotados de asas deslocando-se pelos ares. Na China, ele presenciou aparições celestes sob forma de dragões cuspidores de fogo; de proporções gigantescas, estes seres voadores punham ovos incandescentes ao aterrissar. Denominou de Dragão Ocidental uma aparição semelhante, vista ocasionalmente no firmamento do Sul da Inglaterra. Exatamente no local onde se ergue um monumento pré-histórico, formado por enormes blocos de pedra; Stonehenge. A origem do conjunto continua sendo desconhecida, e muitas lendas o envolvem; aos primeiros raios do sol, ele parece flutuar no ar.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
História da Civilização por Roberto Accioli - Origens da Civilização Ocidental - Parte 3
A Civilização Ocidental tem desenvolvimento na Europa, estendendo-se sua influência a diferentes partes do mundo. A palavra Europa, surgida no século V111 antes de Cristo, designaria, bem mais tarde, o continente que é um prolongamento _ na realidade, uma península _ da Ásia. Europa e Ásia seriam termos derivados das palavras assírias Ereb e Asu, significando, respectivamente, Ocidente, o lugar onde o sol se põe, e Oriente, o lugar da aurora. As raízes da Civilização Ocidental estão na Grécia, em Roma e no Cristianismo. E as fontes das quais elas extraíram sua seiva ficam no Oriente como já vimos. As duas civilizações _ a grega e a oriental _ constituem mundos que se interpenetram e são inexplicáveis um sem o outro. No entanto, opõem-se nitidamente até chegarem ao entrechoque violento no duelo entre o império persa e o helenismo. A linha ancestral grega registra, entre outros povos, áreas pertencentes ao mais antigo tronco indo-europeu, jônios e dórios. Estabelecidos às margens do mar Egeu, criaram um organização política diferente das de outras sociedades civilizadas. O imperialismo grego foi sutil e discreto. Ao invés do domínio pelas armas, os helenos prevaleceram sobre outros povos pelo poderio econômico e pela força de sua cultura. Internamente o helenismo fez surgir a figura do cidadão, elemento consciente e responsável por um núcleo comunitário avançado para a época: a cidade, autônoma e auto-suficiente. Nos outros aspectos da formação grega são identificáveis traços de influência do Egito e da Caldéia, principalmente nos elementos de sua ciência, de sua arte e de sua agricultura. A contribuição intelectual da Grécia, a partir das primeiras eras, foi bastante fecunda. De início, propiciou o sentido do belo e o culto da beleza. Os helenos não se contentavam em cinzelar seus monumentos e ritmar seus versos: a preocupação estética embasava toda a sua operosidade. Nos templos, no cimo das acrópoles ou na perspectiva das colunatas, nos teatros abertos à luz do sol, nas ágoras e cidades, a arquitetura grega resplandece com singular mestria. Artistas natos, os gregos expressavam em suas criações o que viam e o que imaginavam. Deram forma, na escultura, à concepção do homem ideal e, ao embelezar o físico, buscavam paralelamente o vigor e a destreza. Os atletas competiam nos jogos olímpicos, cuja realização de quatro em quatro anos fixava a própria medida do tempo. Os deuses helênicos não passavam de criaturas à feição dos homens, imortais, mas sujeitos às mesmas fraquezas e paixões humanas. E neles o mortal comum como se reencontrava. As lendas sobre os deuses inspiravam escultores, poetas, oradores e dramaturgos. Na Grécia, a medicina ascendeu o plano superior. Formularam-se os elementos da geometria, esboçou-se o sistema heliocêntrico, cogitou-se dos eclipses e da circunferência da Terra. As técnicas, séculos após séculos, aperfeiçoaram-se em diferentes setores. Tornando efetivo o emprego da moeda criada pelos líbios, os gregos transformaram a economia; e generalizavam o uso do padrão de ouro. As minas da Cólquida, do Ural, das Índias e da Arábia passaram a alimentar o desenvolvimento comercial. Os cambistas instalaram-se nas esquinas e tornaram-se banqueiros. Os helenos descobriram as facilidades do crédito. E a este título, a sua contribuição não é menos que uma verdadeira revolução. Da fundação da cidade de Roma à desagregação do Império Romano, o maior que a antiguidade conheceu, transcorre em milênio. A civilização romana tem um caráter acentuadamente prático, de alto sentido objetivo e realístico. Os gregos cultivaram as artes, os esportes, o pensamento e nos legaram uma requintada cultura. A arquitetura romana caracterizou-se pela grandiosidade e opulência, mas a sua contribuição mais importante foi a noção de Direito. Para os romanos, a arte não é um fim em si mesmo, é um meio de acrescer seu conforto, a sua condição individual. Bons escultores e pintores, eles qualidade maior na arquitetura. Arcos, abóbadas, cúpulas salientam-se nas suas construções, em que predomina o monumental. Dedicam-se às mais variadas edificações de finalidades utilitárias. Sistema rodoviário de vias amplas e pavimentação duradoura, contribui para alicerçar o desenvolvimento econômico. As estradas, que atravessam colinas e se lançam pelos vales, passam a ser notáveis recursos de penetração militar e de predomínio político. Os romanos preocupavam-se intensamente coma sistematização do Direito, do governo, do comércio, da atividade financeira e fiscal. Roma codificou seus costumes a um ponto tal que os vindouros não deixam de se abeberar nos seus fundamentos jurídicos. A todos os povos submetidos e conquistados, os romanos propiciaram o modelo de uma civilização estruturada, em que se salienta a instituição do Estado. E para eles não há algo de mais admirável do que eloquência. A sobrevivência das criações dos gregos e das tradições romanas é assegurada na língua latina, que imprime uma permanência através dos séculos. O Cristianismo contribui para uma nova e superior condição da espécie humana. A vinda do Messias, o Salvador da humanidade, prevista e admitida, faz surgir um corpo de doutrina religiosa, que, de movimento dissidente do judaísmo oriental, a ser propagado entre os pagãos do mundo romano, vem a ter caráter universal. O Cristianismo contava adeptos em todas as cidades das principais regiões submetidas a Roma. Jesus de Nazaré dedicou-se a ensinar a necessidade de devotamento ao reino de Deus, de liberdade e de amor, de abnegação espontânea em benefício da humanidade. Cristo, com os exemplos e a palavra, estabeleceu os fundamentos espirituais da democracia, da liberdade e da civilização. Através de intenso labor, a igreja se afirma, objetiva e organizada, com suas tradições de unidade herdadas do Império Romano, com suas ordens religiosas de ilustrados monges. E presta inestimáveis serviços, evita a destruição de remanescentes culturais e converte populações bárbaras. O Cristianismo, tornado religião do Império, conduz as legiões sob o estandarte que trazia o monograma de Cristo: XP.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Cadeira com rodinhas Arte em Panô
Essa cadeira estava abandonada na casa da vizinha e já estava indo para o lixo, eu precisando muito de uma cadeira bem mais confortável, a que faz o corpo sofrer menos quando fica sentado muito tempo, trabalhando,rs, daí mirei nela e pedi e ganhei, uau!!! Que presentão de natal kkkk adorei, é uma cadeira importada e estava com uns pequenos estragos que eu consegui resolver, costurei manualmente, preenchi com espuma e forrei o assento e o encosto, ela gira e sabe que realmente a cadeira é uma delícia, macia.
História da Civilização por Roberto Accioli _ A Antiguidade Oriental _ Parte 2
O vale do Nilo e o Oriente Mediterrâneo são berços de Civilização e Cultura. Essa área geográfica, situada no entrecruzamento de três continentes _ o asiático, o africano e o europeu _, possibilitou contatos e fusões entre povos heterogêneos, favorecendo a mescla de civilizações do norte e do sul, do leste e do oeste. Nas margens limosas dos rios Nilo, Eufrates e Tigre, alagadas por cheias regulares, instalaram-se sociedades civilizadas que são consideradas marcos iniciais do nosso tempo histórico. Isso não significa, no entanto, que fossem únicas na época , pois, ao seu derredor, no coração e nas extremidades daqueles continentes e mesmo em continentes ainda insuspeitados, coexistiam e se desenvolviam outras civilizações. No vale do Indo e do Ganges, por exemplo, organizou-se em período não devidamente precisado a comunidade cultural indiana e, ás margens rios Hen-Ho e Lang-Tsé, estruturou-se uma cultura típica, extensiva a vastas áreas asiáticas. Contemporâneas em sua origem, destacaram-se na região do Nilo e no Oriente Mediterrâneo a civilização egípcia e a civilização suméria. A egípcia, de essência apurada, irradiou-se por todo o mundo antigo, embora nem sempre de forma direta; a suméria espalhou-se pela Ásia Ocidental, servindo de fundamento comum a vários povos: hititas, mitanianos, medos, persas. Essas comunidades formavam, inicialmente, pequenos principados que, por aglutinação numa etapa posterior, transformaram-se em reinos unitários e teocráticos, findando por se consolidar em grandes impérios e aspirar à hegemonia do mundo conhecido. O fenômeno que ali ocorreu é inerente à existência coletiva em centros de civilização possuidores de territórios privilegiados. A situação excepcional, capaz de despertar a cobiça dos vizinhos, conduz a uma política de segurança e de conquista pelas armas do domínio produtivo. Assim, o imperialismo político-militar atingiu sua plenitude no Oriente Próximo. E, como também sempre acontece, com o apogeu imperialista coincidiu o esplendor artístico, científico, econômico e filosófico. As realizações dos povos daquela região foram fundamentais e persistem nas épocas posteriores. São obras arquitetônicas, são conceitos básicos de matemática, astronomia, medicina. São técnicas de agricultura e rotas de comércio, são preceitos religiosos e códigos de ética. O legado do Nilo e do Oriente Mediterrâneo é ainda hoje perceptível. De forma concreta nas ruínas dos palácios persas, nos vestígios das cidades assírias, nas pirâmides egípcias; de maneira menos evidente, mas incontestável, nos cálculos matemáticos e leis da astronomia, na cirurgia e na farmacopeia, na irrigação do solo, no sistema monetário, nos princípios do Cristianismo e na estrutura do Direito. O avanço da civilização egípcia até hoje surpreende os estudiosos.
História da Civilização por Roberto Accioli - Parte 1, Introdução.
A História, entendida no seu mais amplo sentido, interliga a evolução da humanidade com a da Terra e faz sobressair os fatores básicos da marcha ascensional do homem. Este adquiriu a capacidade de criar a Civilização com o desenvolvimento de sua inteligência e de seu próprio corpo, que assumiu a posição vertical e liberou a mão, " instrumento dos instrumentos. " O conteúdo da História da Civilização tem variado, segundo as interpretações, de um século a outro, de um país a outro, de um estudioso a outro. Há a civilização, concepção que coloca em debate a humanidade inteira, como um todo, e as Civilizações, dispersas no tempo e no espaço. Registram-se os conceitos de Cultura e Culturas. Uma civilização é tida como um conjunto de traços, de fenômenos culturais. A História da Civilização ou da Cultura _ das Civilizações ou das Culturas _ pode ser considerada, à primeira vista, como uma orquestra de histórias particularizadas. Mas, toda definição se mostra difícil, aleatória. Levantamento efetuado há tempos atribui à palavra Cultura cento e sessenta e um significados diferentes ( isso porque a História da Civilização por Roberto Accioli me parece que foi editado em 1980 ). E chegam a uma vintena, pelo menos, as conceituações diversas de Civilização. O importante, porém, não é definir, e sim, acentuar o diálogo entre a História e as Ciências Humanas, chamadas Ciências do Homem ou Ciências Sociais, para permitir a maior expansão de um novo humanismo. Portanto, é bastante compreensível que as Civilizações, cada uma por sua conta e todas juntas, façam valer beneficamente o progresso alcançado e que seja conhecido o esforço realizado ou projetado do maior número de indivíduos do presente e do passado. No momento em que o homem assumiu a posição vertical e liberou a sua mão _ o instrumento dos instrumentos _ ele começou a " fazer " cultura e a formar civilizações. Esta é uma das centenas de definições que existem para interpretar os termos cultura e civilização.
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Bonecas (os) - Parte 9 ( Pausa )
(Essa boneca também fui eu que fiz; há pessoas que podem dizer que sou louca pelos meus gostos e ou por alguma razão, sei lá; mas existem pessoas e crianças que gostam de Barbie e podem ser loucas...). Achei muito interessante o que diz a Doutora em Educação Nina Veiga: " A boneca mais saudável é a mais simples, a que permite que a criança exercite toda sua expressividade e represente o próprio mundo. A criança não é passiva ao brincar com uma boneca de pano, aquilo que a boneca não tem em detalhes, a criança precisa por sua fantasia. Quando os pais constroem os brinquedos para os filhos, eles mostram que o mundo ainda pode ser inventado. Há uma grande diferença em educar crianças para que elas transformem o mundo e educá-las para consumir o que está pronto. Nina Veiga
As bonecas (os) - Parte 8
(Essa boneca fui eu que fiz). " Bonecas de qualquer material me fascinam. Eu gosto mesmo afinal, são de bonecas que possuem uma alma de bruxa louca, má, boa, linda, horripilantes, contemporâneas, medievais. Que há uma cumplicidade no olhar, uma misturas de etnias, um cheiro de tempo, de horas, de épocas, de passado, presente e futuro, de eternas auroras. Que me faz arrepiar inteira, assim como a música faz quando ouço, quando me agrada é óbvio e lava a minha alma. É assim que acontece quando tenho ou vejo ou ganho uma boneca que me causa uma super atração, uma super relação de alma. Eu descrevo como uma adulta que sou, pois é um pouco diferente quando eu era criança e brincava com as bonecas, e olha, a criança tem maior percepção do que quando adulta, você sabe disso. Mas o sentimento é o mesmo, só muda um pouco, o meu faro, o meu tato, minha cumplicidade de adulta ( pra melhor talvez, por dar mais atenção, sei lá ) assim mesmo com espírito e coração de criança que eu permaneço diante delas.
As bonecas (os) - Parte 6
As bonecas de pano, eu acredito que mais tem a ver com uma expressão da arte popular que predomina aqui no Brasil; talvez por ser bonecas de fácil acesso, por ter o mínimo de custo. A parte 5 " As bonecas (os) ", comentei sobre as " Abayomi " que cita a Arte Africana. No Brasil as crianças brincavam com bonecas de indústria doméstica, precária e tradicional, enquanto as crianças da corte brincavam com bonecas importadas. A importância de estudo do objeto lúdico no Brasil foi revindicado por Tisuko Morchida Kishimoto , no texto ela diz que no"" O Brinquedo na Educação: Considerações Históricas " (1995) onde a autora comenta a inexistência de estudos sobre a história e evolução dos brinquedos nesse país, de modo que ela adota a postura de se basear nos trabalhos franceses sobre o assunto; ela diz que a boneca ganha terreno por revelar o papel social da mulher; porém também é forte a presença de bonecos representando guerreiros e divindades. A influência e relevância dos objetos, remetem a João Amado (2007) que relata a história das bonecas de pano e sua importância em um determinado período da história de Portugal, onde elas ganham a denominação de " marafonas ", são bonecas sem feição, ou seja não possuem rostos, bocas ou olhos. Todo primeiro domingo de maio é comemorado entre portugueses e sarracenos, as bonecas são abençoadas e utilizadas como amuleto contra " mau-olhados ". Achei muito interessante esse fato sobre as marafonas, assim como acho lindo e divino a história dos Abayomi. Mas, continuando sobre as marafonas: Reza a lenda, quando os mouros cercaram o Castelo de Monsanto a população, refugiada no seu interior, utilizou estas bonecas ( sem rosto e escondendo por debaixo das saias uma estrutura de pau em cruz de Cristo ) para dar a entender aos sitiantes, que apesar do cerco, se mantinham em boa forma de corpo e espírito; levantavam as bonecas para o alto das muralhas e balançavam-as e faziam parecer que elas estavam cantando, assim, mantinham pouco perturbados com o bloqueio, desse modo os sarracenos resolveram levantar, convencidos de que nada faria desistir os sitiados e levar sua rendição (Amado, 2007, p. 64-65 )."" Na obra de Monteiro Lobato, a boneca de pano Emília foi feita pela Tia Anastácia para agradar Narizinho, neta de Dona Benta ( Monteiro Lobato, 1972 ); baseados na influência dessa boneca na cultura lúdica brasileira. " Brogere (2000), afirma que a dimensão material do brinquedo comporta a dimensão cultural de uma sociedade, e é através da interação da criança com o objeto lúdico que ela inicia sua socialização. " As bonecas de pano parece ser um dos poucos brinquedos, ditos populares, construídas de maneira artesanal que ainda consegue resistir aos intensos " golpes " da indústria de brinquedos que tem nos meios de comunicação de massa um forte aliado para a venda de brinquedos que seduzem crianças e adultos. Nina Veiga, doutora em Educação, desenvolve desde 1991 em seu Ateliê, brinquedos inspirados no conhecimento antroposófico, levando em conta a imagem ampliada do homem e as necessidades terapêuticas da criança contemporânea. A boneca mais saudável é a mais simples, a que permite que a criança exercite toda a sua expressividade e represente o mundo próprio. A criança não é passiva ao brincar com uma boneca de pano, aquilo que a boneca não tem em detalhes, a criança precisa por sua fantasia. Quando os pais constroem os brinquedos para os filhos, eles mostram que o mundo ainda pode ser inventado. Há uma grande diferença em educar crianças para que elas transformem o mundo e educá-las para consumir o que está pronto. Nina Veiga.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
As bonecas (os) - Parte 4
As bonecas de papel existem desde que existe o papel. As figuras de papel foram usadas em rituais de culturas asiáticas durante vários séculos. Os povos de Bali faziam fantoches da sombra do couro e do papel antes da era cristã. Na França em meados dos anos 1700, surgiu a figura do Salt-Jaque, um cruzamento entre o fantoche e a boneca de papel, para satirizar a nobreza. Os exemplos das primeiras bonecas verdadeiras de papel foram encontradas em grandes centros como Viena, Berlim, Londres e Paris. Em um Museu Parisiense encontra-se um conjunto de figuras raras pintadas a mão, datadas do final dos anos 1780. Em 1791, uma propaganda de Londres anunciou uma nova invenção então chamada a boneca inglesa. As bonecas de papel só passaram a ser produzidas em larga escala e para as camadas mais populares no início do século XX. A era de ouro das bonecas de papel ocorreu entre as décadas 1930 e 1950, mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, elas continuaram sendo fabricadas, apesar da escassez de papel. A primeira boneca de papel comercial foi fabricada em Londres (1810) por Fuller e chamava-se Litle Fanny. A primeira boneca de papel produzida na América do Norte foi em Boston (1812) por J. Belcher. Nos anos 1820, conjuntos de bonecas eram produzidas na Europa e exportadas para crianças de famílias abastadas em outras partes do mundo. A primeira boneca de papel retratando uma pessoa famosa foi da bailarina Marie Taglioni, nos anos 1830 e nos anos 1840, foi publicado outro conjunto retratando desta vez a bailarina Fanny Elssler e nesta mesma década foi publicada a boneca da Rainha Vitória. Atualmente essas bonecas são consideradas valiosas raridades. As celebridades e as estrelas de cinema eram muito populares e retratá-las era muito simples nos anos 1930, 1940 e 1950, quando não haviam sido regularizados os direitos de reprodução. As estrelas de cinema e suas imagens eram geralmente propriedade dos estúdios e elas mesmas nunca viram a renda de sua venda como bonecas de pepel. Com as imagens de celebridades protegidas hoje pelas leis, um editor deve pagar pelos direitos de reproduzir nossas estrelas favoritas no formato de bonecas de papel. Alguns estudiosos da história das bonecas de papel atribuem ao surgimento da Barbie como causa do declínio na popularidade das bonecas de papel na década de 1960, contudo na década de 1990, a Barbie era uma das bonecas de papel mais populares entre crianças e colecionadores. As versões da Barbie em papel e de sua irmã, Skipper, eram amplamente comercializadas nos anos 1970 para suplementar suas parceiras tridimensionais. O namorado Ken também foi vendido no formato de papel. O Papel foi inventado na China, por volta do ano 105, por TS'ailun, a palavra papel deriva do termo Papiro.
As bonecas (os) - Parte 3
Bonecas Bonec-Art Pin Up, bonecas Peladinhas anos 60-70, elas foram muito usadas em decoração de porta de Maternidade na década de 70.
As bonecas (os) - Parte 2
Thomas Edisom, as bonecas falantes são de 1890 e na época permaneceram apenas seis semanas nas lojas, pois assustavam as pessoas pelas suas canções demoníacas.
As bonecas(os) - Parte 1
Eu sempre amei as bonecas, particularmente quanto mais diferentes eu gosto mais, bem na verdade não gosto muito das bonecas convencionais e ou padronizadas; por isso vou falar um pouco sobre elas. A primeira que eu conheci e ganhei foi a boneca de pano, tipo do tempo da vovó. Mas brinquei muito de carrinho e também na rua com os moleques; e adorava brincar na terra, fazendo túneis, pontes, fogão a lenha, subia nas árvores, enfim, tudo que se pode imaginar nas brincadeiras saudáveis da época eu brincava. Sim, já existia brinquedos e brincadeiras tecnológicas, computadorizadas, mas me passava desapercebido. Não, nunca fui contra a tecnologia, desde que não atrapalha a evolução infantil e sim que as ajudem, mas esse é um outro assunto que eu teria que escrever por longas horas só sobre isso, e eu estou aqui para falar, escrever, sobre o que me fascina, umas das coisas dentre outras. Há milhões de anos, desde o tempo das cavernas, se bem que, de repente, pode ser até antes rsrs, a vida é um mistério; mas no começo de sua história, as bonecas não serviam para brincar, elas tinham quase sempre uma função religiosa. Embora não sejam conhecidas que eu saiba, bonecas datadas da Pré-História, é bem provável porque seriam feitas em madeiras ou em couro, com materiais perecíveis, sei lá... Na civilização babilônica conhece-se uma boneca com braços articulados feita em alabastro e também em túmulos de crianças do Antigo Egito. Os estudiosos dividem-se quanto a que sentido atribui à presença destes bonecos nos túmulos; para alguns serviriam para que a criança brincasse com elas no mundo do além, enquanto que outros argumentam que esses objetos teriam um caráter mágico, tendo ali colocados para trabalharem para o defunto na outra vida. A prática de colocar bonecas nos túmulos das crianças também existiu na Grécia e Roma Antiga. Na Grécia Antiga, fazia parte dos rituais que antecediam o casamento a entrega por parte da noiva à deusa Ártemis das suas bonecas e de outros brinquedos, simbolizando o fim da infância. A criação das bonecas com objetivos comerciais estruturou-se na Alemanha do século XV, nas localidades de Nuremberga, Augburgo e Sonneberg, onde nasceram os Dochenmacher ( fabricadores de bonecas ). Foi também na Alemanha que criaram as casas de bonecas. Em Paris, na mesma época que na Alemanha, que também começou a afirmar como centro de fabricação de bonecas. Nesta época, elas eram reproduzidas com a aparência das mulheres locais e os materiais eram a terracota, a madeira e o alabastro. No século 17, as bonecas apareceram na Holanda, com olhos de vidro, perucas feitas de cabelo humano. A época de maior esplendor aconteceu no século 19 até o início do século XX. Naquele tempo, as bonecas eram feitas principalmente para adultos, pois reproduziam fielmente as figuras da corte e da sociedade, o rosto era de porcelana. Em finais do século 19, Thomas Edisom criou a ideia de uma boneca falante. No Japão as bonecas são chamadas de Ningyoo, elas são um símbolo da história dos costumes do país. Os primeiros bonecos japoneses Haniwa, são estátuas de barro encontradas em tumbas Pré-Históricas. Nos períodos Heiam (794-1185) as bonecas eram usadas para afastar demônios. No período Nara (710-794), as bonecas sofreram a influência chinesa e passaram a ter roupas de seda, tinha o penteado Sokei. No período Kamakura (1192-1333), o Xogunato que prevalecia no País por causa das constantes guerras fez com que as mulheres substituíssem os pesados quimonos por trajes mais simples e isso também se refletiu nas bonecas. No período Edo (1603-1868), surgiram as Karakuri, bonecas que tocavam instrumentos e dançavam através de um sistema simples de cordas retorcidas, roldanas e fios. As bonecas começaram a ser usadas no Teatro Noh em 45 d.C. O mesmo aconteceu com o Teatro Kabuki. Na África o povo Mfengu, que habita na África do Sul, tem como tradição oferecer a cada jovem uma boneca que esta, reservada para o primeiro filho que tiver. Após o nascimento do seu filho, a mãe recebe outra boneca para oferecer ao seu segundo filho. A partir de 1869, tornou-se possível a fabricação de bonecas em grande escala, graças ao surgimento do Celuloide, em seguida surgiram outros materiais. Pequena bonecas esculpidas em pedras foram encontradas e os cientistas as chamam de Vênus ( deusa grega que simboliza a fertilidade ). Em Herculano, cidade do Império Romano destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 de nossa era, foi encontrado totalmente preservado pela lava, o corpo de uma menina abraçada à sua boneca.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
A Contestação Juvenil - Parte 7 ( Pausa )
A "guerra fria" começaria a suavizar-se nos anos 60, após a ascensão política de Nikita S. Kruschev ( 1894-1971 ) na União Soviética e com a eleição de John F. Kennedy ( 1917-1963 ) _ " um político jovem " - como presidente dos Estados Unidos. A " guerra fria ", cujos anos mais violentos foram de 1947 a 1957, aproximadamente, começou a ser substituída pela chamada " coexistência pacífica ", entendida como uma mútua tolerância dos sistemas capitalista e comunista, que implicou o afastamento das fricções diretas para zonas geograficamente afastadas, sobretudo da Ásia e da África. Na segunda metade dos anos 50 se notava no interior dos países socialistas um desejo de maior liberdade e menor dirigismo e, paradoxalmente, nos países capitalistas, um ressurgir dos ideias socialistas, principalmente na França e na Itália. A juventude das nações meridionais europeias abandonava progressivamente o seu moralismo de caráter mais ou menos existencialista para adotar atitudes claramente políticas, de tipo socialista. Paralelamente se notava na arte uma substituição do vanguardismo individualista pelo chamado realismo social ou o neorrealismo. Porém, apesar da maioria dos arautos destas atitudes e teorias serem jovens, não se pode falar ainda de movimento juvenil propriamente dito, pois se trata de atitudes implicitamente tradicionais na Europa. Por outro lado, se deve falar de " juventude " quando nos referimos à geração artística norte-americana beat, ou à geração social resultante desta, a beatnik, ou a dos " jovens irados " ( angry men ) britânicos, pois como veremos, trata-se de novas alternativas lançadas por indivíduos quase sempre menores de trinta anos de idade. Em relação ao processo histórico apontado até aqui, poderemos resumi-lo afirmando que a " guerra fria " manteve a letargia da juventude; só com a sua liquidação pôde verificar-se a rebelião dos jovens como força não desgastada pela violenta oposição verbal havida entre Leste e Oeste.
A Contestação Juvenil - Parte 6
" Para nós, trata-se de continuar a aceitar um mundo que fala de paz, mas que tolera a guerra, um mundo que fala de liberdade, mas que aceita as hipocrisias do capitalismo, que fala de progresso, mas que sofre a sufocação da burocracia comunista. " - Rudi Dutschke As gerações do pós-guerra _ entre 1945 e 1955, aproximadamente _ foram denominadas " silenciosas " nos Estados Unidos e " céticas " na Europa. Estas juventudes que com tanto ânimo e com tanta criatividade haviam imposto o seu otimismo antes da guerra, sentiram-se então cansadas e frustradas por terem participado como combatentes na terrível Segunda Guerra Mundial. Após a Segunda Guerra Mundial, no Japão tanto como na frança ou na Alemanha, erguem-se vozes a favor da destruição definitiva das armas e do estabelecimento de uma compreensão internacional baseada no diálogo, na boa-vontade e na justiça. no entanto, o surto pacifista duraria pouco: a chamada " guerra fria " sombreou de novo o panorama da convivência mundial. Uma série de países constituiu-se em dois blocos ideologicamente antagônicos, o chamado " mundo livre " e o " comunista ", enquanto as nações " não alinhadas ", quer dizer, não aderentes às propostas socialistas nem às capitalistas, formaram um novo bloco, denominado a " Terceiro Mundo ", que inclui os países mais pobres da Terra. A juventude das nações " ocidentais " - da Europa Ocidental, do Canadá, Estados Unidos, Austrália e Japão, principalmente - em breve se achou na situação contraditória de ter que viver em países com cujas linhas políticas dominantes estavam em desacordo. O existencialismo francês é uma amostra sumamente acabada da tônica geral. Inspirados pela filosofia de Jean Paul Sartre, os existencialistas eram ateus, lúcidos no sentido de entender o mundo como um enorme absurdo, individualistas e antiburgueses; suas " caves ", onde dançavam e bebiam, suas barbas, seu desalinho, suas canções, tudo indicava que lhes interessava mais salvarem-se a si mesmos que redimir a sociedade. Para os jovens existencialistas, é mais importante a salvação pessoal que a redenção da sociedade. O existencialismo atacava a fé e o compromisso com quaisquer ideais, pois considerava que tanto Deus como as virtudes são essências imutáveis e que só os objetos inanimados têm imutabilidade, enquanto que o característico do homem é o existencial, o vivo, a liberdade absoluta. Assim se opunha à moral do Sistema, mais preocupada com as aparências.
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
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