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quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Artes Plásticas - Artes Industriais - Ourivesaria - Por Wladimir Alves de Souza - Parte 5 ( pausa )
As nossas igrejas não são muito ricas em objetos de ouro, apesar do que, restaram alfaias, objetos de culto e paramentos de grande suntuosidade, conservados em museus e nas próprias igrejas. A joalheria é uma modalidade da ourivesaria. Destina-se a obras de adorno pessoal, empregando também pedras preciosas ou semipreciosas, associadas ao ouro ou à prata. Um aspecto interessante da ourivesaria é que muitos grandes artistas, especialmente no período da Renascença, começaram seu aprendizado nos ateliês dos ourives. Os grandes escultores da Renascença, como Donatello, Verrocchio, Ghiberti, Cellini ( já citado ), estão nesse caso. E, também, pintores ilustres. Como atividade paralela à ourivesaria, os prateiros também trabalharam em objetos de culto, de adorno ou de utilidade. Mas é a partir de Luiz 14, na França do século 17, que usou a prata em enormes quantidades, pela importação do metal proveniente das minas da América espanhola. O rei possuía uma prataria suntuosíssima: serviços, castiçais, lustres e até mobiliário. Esse tesouro foi fundido para pagar despesas de guerras. Na Inglaterra já há muito tempo se trabalhava a prata, e os ourives usaram suas marcas de fábrica ( contraste ), incluindo a cidade e o ano de fabricação. Os contrastes também eram usados em outros países. Em Portugal essas marcas aparecem frequentemente, mas só os ingleses as usaram metodicamente. D. José 1 encomendou ao maior ourives e prateiro da frança, F. Thomas Germain, uma baixela ( peças para mesa ) constante de mais de mil peças, e que levou muitos anos a ser entregue. É talvez o conjunto mais importante de ourivesaria civil do mundo. Está em Lisboa. Quanto à prata brasileira, muito numerosa, a partir do século 17, num país que não produzia prata, cabe uma rápida explicação. Os navios que vinham do peru, carregados de prata, especialmente em moeda, tocavam nos portos brasileiros e trocavam o seu metal por ouro. Eram os chamados " peruleiros ". Assim é que as igrejas e os homens ricos possuíam grande quantidade de objetos de prata, aqui fabricados, apesar de restrições severas feitas por Portugal, ou importavam de lá peças trabalhadas por prateiros portugueses. O Museu de Arte Sacra de São Paulo possui peças magníficas, dos séculos 17 e 18, e o Mosteiro de São Bento do Rio, muito rico em prataria, possui duas grandes lâmpadas, obras- primas de Mestre Valentim, ourives e escultor carioca do século 18 ( perdoe-me, mas estou com problemas nas minhas teclas em relação aos algarismos romanos ). No século 20 as formas do barroco e do rococó serão simplificadas sob a influência do neoclassicismo e dos prateiros ingleses. Embora se usasse contraste, no Brasil, inúmeras peças não trazem marca. Até o fim do século 19, prateiros e joalheiros usam modelos europeus. Um grande ourives e joalheiro francês, Fabergé, trabalhou para a corte imperial da Rússia, e suas peças, em ouro, prata, esmalte e pedras preciosas estão, em grande número, no tesouro conservado no Museu do Kremlin, onde também se encontram as jóias da Casa Imperial dos Romanof. As casas reais européias, aliás, possuíam tesouros de valor inapreciável: a Schatzkammer de Viena, com o tesouro dos Habsburgos da Áustria, com coroas, cetros, globos, espadas, todas peças de coroação, além de trajes riquíssimos, o tesouro da coroa da Inglaterra, mais recente ( século 17 em diante ), com todas as jóias da monarquia, as jóias da coroa da França, muito desfalcadas durante a Revolução, as da coroa da Espanha e de Portugal, as jóias imperiais do Brasil, com as duas coroas de D. Pedro 1 e D. Pedro 2 e seus complementos e acessórios, hoje conservadas no Museu Imperial de Petrópolis. Talvez o conjunto mais impressionante seja o tesouro dos sultões da Turquia, conservado no Topkapiro dos sultões da Turquia, conservado no Topkapi Serai, antigo palácio dos soberanos em Istambul. É um deslumbramento de diamantes, pérolas, esmeraldas, safiras, rubis, objetos, adereços, único no mundo, principalmente pelo valor intrínseco, mas não tão extraordinário como trabalho artístico. Quanto ás técnicas usadas pelos artistas, são extremamente complexas, desde a fundição, as soldas, o trabalho martelado e cinzelado, bem como a lapidação de pedras preciosas, rústico na antiguidade e hoje perfeitíssimo, pelas técnicas modernas de lapidação. Também mencionaremos apenas a arte das medalhas e das moedas, cuja ciência se chama " numismática ". As moedas gregas, principalmente na época de Alexandre, são peças admiráveis.
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