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sábado, 20 de agosto de 2016
" Os Subterrâneos - Jack Kerouac ", parte 1 ( Um pouco sobre )
Livro lançado aqui no Brasil em 1984, primeira e segunda edição, " Os Subterrâneos - Jack Kerouac " - Tradução: Paulo Henriques Britto - Apresentação: Claudio Willer - Prefácio: Henry Miller. Copyright Estate of Jack Kerouac, 1958. Copyright do prefácio: Henry Miller, 1959. Título original: The Subterraneans, publicado por Granada Publishing Ltd., 1981. Copyright da tradução: Editora Brasiliense S.A. Apresentação: Para muitos comentaristas, Os Subterrâneos é a narrativa mais tipicamente Beat de Kerouac. Seria a melhor descrição de como era a vida daqueles marginais, poetas e poetas-marginais do começo dos anos 50, na san Francisco de 1953. Era uma vida subterrânea mesmo, pois ainda não havia acontecido o " estouro " da Beat, sua transformação em fenômeno literário e comportamental, e dos seus escritores em personagens públicos. Isto só ocorreria mais tarde, depois da publicação de Uivo e Outros Poemas de Ginsberg ( 1956 ) e de On the Road de Kerouac ( 1957 ). A ação antecede, portanto, em cerca de três anos a entronização e coroação de Kerouac como " rei dos Beats ", uma honraria que ele nunca quis, conferindo-lhe uma fama que ele não pediu e um tipo de notoriedade que só contribuiu para destruí-lo psicologicamente e sufocar seu talento. Kerouac, ele mesmo manifestou dúvidas se ele era um Beat, no período de reclusão que durou da sua crise de 1961 até a sua morte em 1969. Certamente ele tinha divergências de fundo, no plano da política e da moral, com Ginsberg e outros dos seus companheiros. Além disso, sua literatura de " estrada " - On the Road. Os Subterrâneos, Tristessa, The Dharma Bums, Big Sur, Desolation Angels e Lonesome Traveler - corresponde a um dos aspectos da sua obra, a uma das facetas do seu enorme talento como narrador e renovador da prosódia. Na mesma medida, sua atuação como participante da geração Beat corresponde a uma fase da sua vida e a um dos aspectos da sua complexa, múltipla e contraditória personalidade. Ele passou pela Beat, deixando nela sua marca, como uma etapa da aventura que foi sua vida, um dos momentos da sua trajetória pessoal, talvez um dos passos da sua via-crucis. Kerouac é, na verdade, um romântico extremado e radical, cuja vida é um percurso em busca do impossível.: a concretização dos seus ideais e de uma ética da pureza, a ressurreição de seus personagens queridos, a recuperação do tempo perdido, da infância idílica, da inocência original do ser humano e da vitória sobre a morte. Neste percurso, ele viajou por seu país e outros lugares do mundo, viveu e atuou intensamente, para finalmente fechar-se em copas, recolher-se até morrer, isolado e incompreendido, aos 47 anos.
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