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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Artes Plásticas - As artes do fogo - Cerâmica - Por Wladimir Alves de Souza - Parte 6

A palavra cerâmica origina-se do grego " Keramos ", que significa a arte de fazer vasos.    Os povos mais antigos a praticaram desde a descoberta do fogo e das maneiras de produzi-lo.    No antigo Egito, na Mesopotâmia ( Caldéia, Assíria ), na antiga Pérsia ( hoje Irã ), a cerâmica foi praticada, alcançando em certas épocas altos níveis de técnica e arte.   Paredes de tijolos cozidos e esmaltados, na Pérsia, desde o segundo milenário ( 2.000 anos a.C. ), representavam animais fabulosos, e faziam a decoração dos palácios reais.    É do Oriente que vai partir muito mais tarde, já na época do Islã, a tradição do azulejo, na Espanha e em Portugal.   No Extremo Oriente os chineses descobriram terras especiais, e principalmente a porcelana, como veremos mais adiante.    Foi na Grécia, partindo das influências recebidas do Oriente e principalmente da ilha de Creta, que se originou uma escola de cerâmica  de extraordinária beleza.   A principal fase, chamada geométrica, decora os vasos com elementos lineares, entre os séculos X11 e V111 a. C.    A partir deste século a técnica vai se aperfeiçoando e a decoração dos vasos se inspira na obra dos pintores contemporâneos hoje desaparecida.    No século V11 a.C. a cidade de Corinto é o grande centro de produção.    As peças são pintadas com figuras negras, sobre fundo vermelho, e as obras-primas são do século V1 a. C.    A alta qualidade artística mantém-se em Atenas durante o século V a. C., já com figuras vermelhas, sobre fundo negro.   A partir do fim do século a qualidade do traço, a beleza das figuras, dos ornamentos, dos animais começa a decair.    Os romanos receberam a tradição dos etruscos, grandes ceramistas e produziram exemplares de qualidade, em tom vermelho, com ornatos e figuras em relevo ( cerâmica de Arezzo ).    Após a queda do Império Romano nada de importante pode ser notado, até a Idade Média.    Verifica-se um ressurgimento extraordinário na Itália, com o Renascimento e os grandes ceramistas do século XV, especialmente os Florentinos Andréa e Lucca della Robbia, que executaram peças com imagens esmaltadas em branco sobre fundo azul.    Muitos centros se desenvolveram, como Faenza ( donde a palavra " faiança "), Urbino, Pesaro, Gubbio, entre outros.    Durante a Idade Média fabricou-se muito pavimento, em formas diversas, gravados, de diferentes cores.    A influência italiana penetrou na França através de Bernard Palissy ( século XV1 ), e as fábricas de Rouen, Moustiers, entre outras.    Na Holanda pode citar-se a faiança de Delft, na Alemanha, Nuremberg, na Espanha, as fábricas de Málaga, Manises, Valencia, Lisboa, Porto, de que se tem notícia a partir do século XV.    Os árabes trouxeram a ciência do azulejo, forma de revestimento que muito usaram no seu imenso Império desde o século V11.    Azulejos de técnicas diversas, alguns com reflexos metálicos.    Criaram os " alicatados ", espécie de mosaicos de desenhos geométricos, formando desenhos da maior riqueza.   Da tradição árabe, rigorosamente geométrica, como os azulejos de Córdoba, Sevilha, Granada, no sul da Espanha, os povos ibéricos vão transformar os temas, introduzindo elementos decorativos vegetais e animais, usando cores: amarelo, azul, verde, violeta.   As composições do século XV1 sofrem a influência italiana.    Um notável ceramista que trabalhou em Portugal é um italiano: Francisco Nicoloso, de Pisa, do qual se conhece um painel assinado, hoje no Museu de Amsterdã ( Rijksmuseum ).    A arte da azulejaria é , aliás, tipicamente portuguesa e teve grande desenvolvimento entre os séculos XV1 e X1X.    O Brasil se beneficiou dos azulejos portugueses, sempre importados, pois aqui nunca foram fabricados na época áurea.    Do período colonial restam exemplos magníficos, como na Bahia, no claustro do Convento de São Francisco , o mais importante conjunto em nosso país, em Recife e Olinda, em São Luis, em Belém, no Rio e em muitas outras cidades brasileiras.   O azulejo tanto foi empregado em painéis, formando composições, como também elementos isolados, formando desenhos por vezes de grande dimensão como na Igreja de N.S. dos Prazeres de Guararapes (PE).    No século XV11 foram usados azulejos com desenhos em azul e amarelo, e no século XV111 apenas azuis.    Só no fim desse século se volta a policromia ( mais de duas cores ).   Usou-se muito no Brasil o azulejo como revestimento de fachada, no século X1X, São Luis, Alcântara ( Ma ) e Belém ( PA ) são talvez os conjuntos mais importantes na arquitetura civil.    A cerâmica é uma arte que foi muito cultivada na América pré-colombiana, especialmente no México e no Peru.    Existem no Brasil algumas jazidas de cerâmica, cujos sítios principais são a ilha de Marajó e Santarém, que revelam uma cultura altamente evoluída como comprovam os exemplares conservados no Museu Goeldi de Belém e no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

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